ASSIM NÃO

                                         TRISTE LIBERDADE DE EXPRESSÃO…

Coisa bem estranha é esta liberdade de expressão que permite a uns quantos plumitivos de duvidosa qualidade de carácter, useiros e vezeiros na ordinarice, dizer o que bem lhes apetecer, contra quem lhes apetecer, e ai de quem se revelar ofendido…

Sendo João Soares filho de boa gente, que o é, terá reagido de acordo com a velha máxima, o que foi realmente um erro de palmatória, porque, para figurões do calibre daqueles que o não respeitaram, a resposta mais contundente, a que mais os penalizaria, era mesmo ignorar que existem.

A lamentável figura que agora saboreia, fazendo o mal e a caramunha, o papel de vítima, possui largo historial de linguagem imprópria, como esta pérola há anos dirigida a outro político -  “quem é este energúmeno”- e tendo o ofendido recorrido ao tribunal para ver reparada a ofensa, acabou por perder a causa em nome da sacrossanta liberdade de expressão.

Perante isto, a questão que me ocorre colocar é: que liberdade é esta em que a uns é permitido ofender à vontade e às vítimas só resta engolir em seco… Eu não creio ser decente as figuras públicas trocarem insultos, taco a taco, quando estão em desacordo. Penso, pelo contrário, que quem ofende deve ser obrigado a reparar a ofensa, sem se esconder atrás da liberdade de expressão, que não passará de uma treta se só funcionar num sentido.

Um dia destes li na “Time” esta resposta de Ted Cruz a Donald Trump, que o acusara de adultério: “       Donald Trump may be a rat, but I have no desire to copulate with him”.

Estes dois cavalheiros concorrem pelo mesmo partido à presidência dos USA e são farinha do mesmo saco, não lhes ficando mal este tipo de linguagem perante o eleitorado que neles vota, mas seria bem triste se por cá fizesse escola.

                                            Amândio G. Martins