segunda-feira, 4 de abril de 2016

O FIM DOS “OFFSHORES”?



Um especial interactivo produzido por jornalistas de investigação (CIJI) explora as histórias do uso de empresas "offshore" por parte de políticos, seus familiares e associados-mais de 100 no total (citei, com a devida vénia, um despacho do Público). Os partidos de esquerda (e não só) de todo o mundo há muito que clamam pelo fim destas empresas, que protegem de alguma maneira a identidade dos seus titulares das vistas de terceiros. Muito se fez já nesta matéria, para combater a criminalidade e a corrupção. Na maior parte dos países ocidentais e Europeus, foram extintas as contas numéricas, e hoje em todos os "offshores" de países com créditos firmados no mercado financeiro, as contas estão identificadas pelos seus verdadeiros titulares, e não por simples mandatários. Tanto quanto julgo saber, não mais foi possível fazer depósitos com dinheiro vivo, havendo apenas lugar a transferências bancárias ou depósitos com cheques bancários. O acesso a estas contas é facilitado desde que com adequada ordem judicial. É claro que se poderá ir mais longe, hoje está na moda o "voyeurismo", em nome da "democracia", e tentar acabar com estas facilidades a quem não está interessado em divulgar o dinheiro que tem e como o obteve. Mas se estudarem um pouco esta questão, descobrirão que existe um grande entrave a nível global, que nada tem a ver com o louvável combate da corrupção. Os terroristas usam estes offshores para esconder o financiamento da suas actividades criminosas. Mas os governos que os combatem justamente, também têm necessidade dos offshores, em nome da discrição e segredo das operações que visam neutralizar aqueles fanáticos. E agora, que fazer? Não basta debitar slogans demagógicos e muito populares, é preciso ir até à raiz dos problemas.
OBS. Publicado parcialmente no semanário Expresso, na sua edição de 9/4/16.
Foi também publicado (na íntegra) na edição de 10/4/16, do jornal Público.

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