A unidade europeia
não é “algo” que sirva de “arma de arremesso” contra a falta de solidariedade
do FMI, pelos países que tiveram o azar de ter de recorrer à troika da qual o FMI faz parte, parece não ser
possível haver dúvidas.
A Europa, se, se
deixar dominar pelas opiniões não poucas vezes excessivamente severas do FMI
sobre países europeus, irá sofrer, no seu todo, consequências desastrosas.
Apesar de a presidente do FMI ser uma francesa, não está “virada” para a
Europa, nem teria de estar, mas não deveria o seu FMI, ou os seus técnicos, a
actuarem, como o têm feito, contra a Europa.
E todo o trabalho que
o BCE possa vir a estar a fazer em prol de um melhor futuro europeu, como a Fed
faz pelos EUA, pode ser derretido pelas informações negativas permanentes que
ultimamente o FMI presta sobre alguns países europeus, entre os quais nos
incluímos, bem como Grécia, mas não só. (...)
Se a dívida
astronómica portuguesa na agência de rating canadiana — as agências de rating
mandam demasiado — ficar “lixo”, dado ser a única onde ainda não está, talvez o
seja, face à última visita do FMI ao nosso país, seria muito mau. Seria
péssimo, razões exteriores ao nosso possível controlo terem esse efeito
unicamente porque sim.
Sem dúvida que,
nestes últimos cinco anos, a economia e o emprego ainda nada cresceram, mas não
deveria ser possível, agora, uma instituição sediada fora da Europa vir colocar
tudo em causa, a ver se tudo se desmorona, se não se aguenta! (...)
A Europa tem de fazer
muito mais por si própria do que tem feito, a Europa nas mais diversas áreas
tem-se comportado como uma manta de retalhos.
A crise dos
refugiados é mais um exemplo, bem como a dos bombistas, em que os vários países
europeus, numa Europa que se exigiria unida, funcionam de costas uns para os
outros, bem como as suas polícias secretas. (...)
Logo, mais uma razão
para haver alguma reacção ao que o FMI bombardeia, para depois, como já
aconteceu connosco, depois do mal feito, vir dizer que não deveria “ter
apertado tanto”!
Os EUA, e bem, não
permitem este espezinhar. Será que a Europa vai continuar a não querer perceber
que os outros nos estão a querer desfazer? Que quando já se está no chão mais
nos batem de cima? Então a União Europeia não passa de uma ficção?
Augusto Küttner de
Magalhães, Porto
PÚBLICO QUA 6 ABR 2016
Publicado hoje, dia 06.04.2016, no jornal Público. Um bem elaborado e oportuno artigo, como de costume. Os meus cumprimentos e agradecimentos ao autor.
ResponderEliminarMuito, muito obrigado. Assusta a forma como o FMI nos destrata e a Desunião Europeia assobia para o lado!!!! Grave no minimo?
ResponderEliminarUm abraço do
Augusto
E para além de toda esta desgraça colectiva europeia, estou convicto que há uma encoberta luta de moedas: o dólar contra o euro. E os europeus não vêem.
ResponderEliminarOs europeus , nada vêm, independentemente do dólar...nada ...é uma Europa Rota.....
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