segunda-feira, 13 de junho de 2016

A Força que os media têm

Os media e toda a Comunicação Social têm muita força. Fazem e desfazem milagres, tal como elevam e derrotam personagens com uma velocidade estonteante, e constroem com areia ídolos e os destroem como budas de barro. Desde que começou a viagem para França, aonde a Selecção Nacional Futebol, do circo e da trivela, e do comentário mais entusiasta,  presidencial e republicano na véspera da partida, todos os especialistas na matéria colocaram na grelha dos melhores, um nome e um craque, que normalmente tem uma passagem fugaz no circuito para o qual é escolhido. É ele um mustang, segundo uns, é ele um falhado segundo outros, e ainda um incompreendido segundo os mais cristãos que vão à missa mesmo que chova. Chama-se o craque - Quaresma. Ricardo Quaresma. Toda a imprensa pôs de repente o país e o que dele se estende pela 2ª capital de Portugal, a enaltecê-lo, a gabar-lhe atributos que nós raramente registamos na memória, excepto a sua rebeldia de nómada, e o seu desprazer em colaborar com o colectivo aonde seja inserido. Mas os media são assim. Levam o povinho e o povão, o ministro e o presidente, nessa procissão. De repente levanta-se a preocupação, e tudo quanto era génio, magia, coisa de outro mundo, parece ruir à mínima dor, à menor mazela que ameaça tirar o homem capaz de desequilibrar o adversário que se lhe opõe, e o pânico instala-se nas hostes apoiantes e coloridas, de nacionais no território físico e no território espiritual por onde andam os portugueses animados. Não basta afinal termos o "melhor do mundo". Falta-nos o seu fornecedor de passes de trivela, para que o golo mortal e vitorioso aconteça, que o outro tira proveito e fama. Que raio de sorte a nossa que nos há de sempre surgir à última hora um desaire, que servirá para justificar o fracasso que possa de tal acidente, advir. E ele terá maior expressão se tais males se estenderem ao atleta bronzeado, que diz ser o melhor jogador do mundo nos últimos 20 anos. Não contando para já com os que fez à vela, em águas calmas, bem ou mal acompanhado por quaresmas em biquini, embora tardiamente chamadas a compor a fotografia por causa das más línguas. Os media têm muita força, não tenhamos dúvidas. Somos os melhores da farra. Viva Portugal!


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