quinta-feira, 2 de junho de 2016

AI QUE DESGRAÇA TÃO GRANDE!


Havia um homem na minha terra,( como tantos, então) que quando se embebedava, chegava a casa, batia na mulher e partia a loiça toda. Um dia foram dizer à pobre senhora que lhe tinha saído a sorte grande. Resposta pronta: ai que desgraça tão grande! Com o aproximar do Euro 2016, lembrei-me da minha infeliz conterrânea. Em 2004, foi a loucura que se sabe,com milhões de bandeirinhas e tudo, e ficámos a arder com os 10 estádios. Agora, se chegarmos à final, vai ser ainda pior. É que os tempos de antena nas rádios e, sobretudo, nas televisões, aumentaram. E muito! São secas intermináveis em simultâneo e quase todos os dias. A alienação é ainda mais intensa que há 8 anos, e muito mais, que no tempo do Botas. No tempo em que “o vinho dava de comer a 1 milhão de portugueses”. No tempo em que os jogos eram apenas ao Domingo e com um breve comentariozito. E chegava! Portanto, meus amigos, se formos campeões ou andarmos lá perto, preparem-se para a histeria patrioteira coletiva. Preparem-se para a anestesia geral.
Francisco Ramalho

Corroios, 2 de Junho de 2016

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