sexta-feira, 30 de setembro de 2016

OS "SUSPEITOS" DO COSTUME



Já se trata de um clássico. Um clássico vergonhoso, hipócrita e criminoso. Primeiro foram as armas de destruição massiva de Saddam Hussein. Lembram-se? Foi o pretexto para destruírem o Iraque. Depois classificaram Slobodan Milosevic como o carniceiro dos Balcãs e retalharam a Jugoslávia, vindo agora o próprio tribunal criado por eles, os “suspeitos” do costume, para julgar os “responsáveis” pelos crimes de guerra nos Balcãs, dizer que afinal o homem estava inocente, depois de “estranhamente” ter morrido na prisão. A seguir, diabolizaram Kadafi e arrasaram um dos estados africanos mais desenvolvidos, a Líbia. E agora é a Síria.
O denominador comum, é que estes países tinham ( a Síria ainda tem) governos que não lhes obedeciam, têm grande interesse estratégico, e são ricos em combustíveis.
Vem esta minha introdução a propósito do relatório da Comissão dos Negócios Estrangeiros do parlamento britânico divulgado a 14 do passado mês, que diz que Cameron e Sarkozy mentiram. E que, portanto, a intervenção da NATO que assassinou Kadafi e milhares de compatriotas seus e destruiu aquele país,seja eufemisticamente considerada um “erro”. Ou seja, um crime injustificado. Convém lembrar que no caso da Líbia, para além dos “suspeitos” do costume, que são os EUA e os seus aliados com destaque para a União Europeia e o braço armado de todos, a NATO, participaram em força a França e a Inglaterra. Mas também molharam a sopa, a Dinamarca, Bélgica, Itália, Noruega, Qatar, Emiratos Árabes Unidos, Espanha e Turquia.
Evidentemente que tudo isto já se sabia há muito tempo! Não pela gigantesca máquina mediática que dominam. Essa, serve para domesticar e alienar as massas. Prepará-las para as suas guerras de domínio e rapina. Que, com Trump ou Hillary, vão continuar, até que os povos o impeçam. É um imperativo moral denunciá-las.
Francisco Ramalho

Corroios, 30 de Setembro de 2016

Publicado hoje, 8/10 no JN

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