terça-feira, 4 de outubro de 2016

As contradições no início do ano escolar


Este ano escolar inicia-se com duas grandes contradições:
do maior número de candidatos ao ensino superior e do mais baixo número de entradas para o 1º ciclo dos quarenta anos.Isto levou-me a pensar na vida de  dois amigos da minha filha mais nova.Susana (nome fictício) de 29 anos ,licenciada em marketing depois de tentar várias candidaturas de emprego sem nada ter conseguido,resolveu concorrer com o 12º ano Consegui um lugar numa rede de hiper mercados como caixa e reposição de stocks. 600 Euros por mês.
Carlos,licenciado em línguas e literaturas modernas-Inglês e Alemão completou as habilitações com a carta de pesados com especialidade em transporte de passageiros.Trabalha numa empresa de turismo com um vencimento de 800 euros podendo chegar aos 1000 quando faz ns de semana completos.
Carlos e Susana vivem uma união de facto num T1 com uma renda de 450 Euros.
Este casal tem duas grandes ambições :juntar dinheiro para poderem fazer uma festa de casamento e terem filhos.
A primeira ambição, dentro de ano e meio julgam poder realizar. 
Ter filhos é muito mais difícil. Normalmente só tem um ou dois dias de folga, por mês, em comum. Trabalham ambos por turnos 
Susana tem contrato a tempo incerto.Tem medo que uma gravidez faça perder o emprego.
Caso sejam pais ,onde colocar um bebé quando terminam de trabalhar muitas vezes para além das 22 horas? 
 Estas são algumas das razões,juntamente com a emigração de jovens casais, pelas quais  se tem verificado um grande decréscimo demográfico e como diz o reitor da U.P,, Sebastião Feio , há tantas desistências no ensino superior,  mesmo em alunos com classificações excelentes. Não vemos por parte dos partidos políticos que sejam tomadas medidas que alterem esta situação.
 Em 2050, os Portugueses serão 1,5 milhões a menos  que em 2009.
Quem está  preocupado com isto ?

António Barbosa
(JN, 4-10-2016)

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