terça-feira, 25 de outubro de 2016

O RENASCIMENTO DO HOMEM

Penso que estou a atingir o máximo das minhas capacidades individuais. Estará a chegar a hora de escrever a obra de grande fôlego, a obra que condense e sintetize todos os meus conhecimentos. De resto, não tenho de andar a invejar esses escritores superficiais que por aí andam. Eu construí o meu caminho. Por vezes errático, é certo. No entanto, sempre na demanda do Graal. Sempre à procura de algo que ainda não encontrei. Que procuro nas mulheres, nos livros, nas canções, nas noites, na fogueira, nos copos. Procuro companheiros, homens e mulheres superiores, gente que se afasta do macaco que trepa. Nem sempre da forma mais ortodoxa. Gosto de brincar, de gozar, de jogar com o sexo. Serei, como o Jim, um político erótico. A verdade, meus amigos, é que não tenho os interesses do cidadão comum. Caminho pela cidade como Sócrates ou Jesus. Contudo, antevejo o caos e o apocalipse. Vejo guerras, terrorismo, rapina, intriga, pestes, tragédias naturais. Possivelmente só alguns sobreviverão para construir o novo mundo socialista. A mulher de Modivas elucidou-me. Estamos a ser postos à prova neste mundo. Só alguns alcançarão o mistério. A grande multidão, a populaça vive a dormir, a pastar como as vacas. Não pescam nada, mesmo que estejam cheios de dinheiro e poder. Ecce Homo. São seis da manhã. Não consigo dormir. Desejo a vida abundante. Não esta paz podre, não este tédio. Vim para o renascimento do homem.

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