quarta-feira, 16 de novembro de 2016

INCRÍVEL!



Estive quase 7 anos na Marinha e não fui marinheiro de água doce. Fiz muitos milhares de milhas no Atlântico, no Índico e no Pacífico. Muitas vezes com mar bonançoso, mas também, por vezes, enfrentando terríveis tempestades. Por exemplo, no Mediterrâneo, que muitos pensam tratar-se de um “lago”, só que, quando sopra forte o mistral...cuidado com ele! Foi o caso, quando por lá passei a bordo da fragata “Comandante João Belo” a caminho de Toulon onde deveríamos chegar num dia às 8 horas, chegámos às 20. Porquê? Porque o comandante decidiu, e bem, rumar ao norte de África para apanharmos de proa as alterosas vagas da violentíssima borrasca. Valeu-nos, tratar-se de um navio novo e bem preparado/construido para todo o tipo de mar. Mesmo assim, o desespero foi muito, e um dos escaleres do navio foi arrancado e destruído ( um fraterno abraço a todos os camaradas da então guarnição da” João Belo” que porventura me lerem). De outra vez, também na “João Belo”, desde Cabo Verde até aos Açores, sempre a comer porrada. Estes, são apenas, de entre tantos, dois exemplos. Por isso, fico espantado e acho incrível como é que alguém se propõe dar a volta ao mundo num frágil veleiro com duas crianças de tenra idade a bordo (refiro-me ao casal açoriano). Santa inconsciência! Mais! Como é que lhes é permitido!?
Francisco Ramalho

Corroios, 16 de Novembro de 2016

2 comentários:

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