terça-feira, 31 de janeiro de 2017

‘O nosso reino’


De facto, no nosso modesto entender, foi um erro grosseiro e verdadeiramente crasso, que o livro ‘O nosso reino’, de Valter Hugo Mãe tivesse sido recomendado para leitura dos alunos do 8º ano do Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, uma vez que o referido livro foi indicado para o 3º ciclo no Plano Nacional de Leitura.
Com uma linguagem sexualmente imprópria para qualquer idade, parece-nos que o referido livro deveria ser imediatamente retirado de todo e qualquer Plano Nacional de Leitura.
A referida obra literária do escritor português retrata o dia-a-dia de uma criança de oito anos numa época marcada pelo fim do Estado Novo, mas pensamos que a sua obscena linguagem é complemente inadequada para ser lida por qualquer aluno que estude a Língua Materna.
Se alguns responsáveis afirmam que o livro ‘não tem carácter erótico ou pornográfico’, pelo menos enferma de linguagem verdadeiramente escabrosa.


José Amaral

7 comentários:

  1. Cem por cento de acordo com o Amigo Amaral, porque há linguagem que não sei bem, (quem sou eu para saber tudo bem?), que não me parece servir a literatura para adultos, tanto mais para pessoas em construção. Utilizar uns palavrões em certos livros, coisa que satisfaz a libertinagem, pode servir para alimentar certas correntes que fomentam esses caminhos, mas não me parece que sirvam a formação dos cidadãos. Digo isto, com uma experiência de cidadão, que foi professor de português e história cerca de 30 anos. A liberdade tem de ter regras senão é o desgoverno total.

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  2. Primeiro uma declaração: não li "O Nosso Reino". Vou ler e, quando o tiver feito, venho dar a minha opinião. Quero acreditar ( e, pelo que li, o ministério já o reconheceu) que realmente não será livro para crianças do 8º ano.
    Agora que seja "impróprio para qualquer idade" (José Amaral) ou " não parece servir de literatura para adultos" (Joaquim Tapadinhas) isso aí é que não e para dizer isto não preciso de o ter lido!E as razões parecem-me óbvias.
    Nota: embora não caiba nesta discussão, devo dizer que os três livros que li do Valter Hugo Mãe são bons e, dentre eles "A Máquina de Fazer Espanhóis" é excepcional.

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  3. Não tudo o que aparece em livro é literatura e há gostos para tudo. No meu ponto de vista, e por formação académica e profissional, não valorizo assim tanto tudo quanto se escreve. Por exemplo, eu entendo, se calhar mal, e disso não vem prejuízo para o mundo, que as quadras populares, não podem ser catalogadas como tal, ainda que eu próprio já tenha publicado algumas. Tem de haver uma certa beleza estética na arte e a literatura não pode fugir a esse princípio. Respeito as opiniões contrárias, dado que não recebi a bênção da sabedoria universal. Um abraço à rapaziada que vai mantendo esta tertúlia, onde não é obrigatória estarmos sempre de acordo, até porque não somos irmãos maçónicos.

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  4. O Joaquim vem sempre à liça e isso lhe agradeço. Só discorda de si este "rapaz" numa coisa: o que se escreve é sempre valorizável. Ou é bom ou é mau, ou faz rir ou pensar seriamente, ou é leviano ou tem conteúdo e por aí fora, não concorda? Agora "lápis azul" mesmo que somente sugerido, não! Termino com uma frase que abomino porque a acho uma redundância sem sentido mas tem que ser: sem acrimónia!

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  5. Às vezes a interpretação está nos pormenores. Ninguém falou em lápis azul, antes pelo contrário, porque todos têm o direito de se exprimir. Falou-se em publicação de livros e de ideias, e da valorização dos escritos e, naturalmente, do aproveitamento de tais obras. Na minha opinião, nem tudo serve para tudo, e algumas das frases do livro "O nosso reino" não são apropriadas para crianças em idade escolar. É uma opinião que vale o que vale e sobre censura dos coronéis, eu posso ter algo a acrescentar porque sofri alguma.

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  6. E aqui estou eu e o Joaquim, sozinhos, a comentar um texto escrito por outro! Bom, ao menos ambos entrámos num diálogo e não num monólogo.

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  7. escrevi hoje uma pequena reflexão sobre esta polémica. Trabalho com jovens todos os dias e creiam que os excessos de linguagem do livro em apreço são " meninos de coro" ao pé da linguagem dia´ria da grande maioria dos nosso jovens. Se isso legitima a colocação de um livro com "linguagem imprópria no Plano nacional de <Leitura? Eventualmente sim, mas nada legitima o puritanismo bacoco com que o caso tem sido tratado. Não sei se os promotores da indignação algumas vez leram, por exemplo a "Navegação de Cabotagem" do saudoso Jorge Amado?! Iam ver o que era linguagem "imprópria"!!!. Haja bom senso.

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