Um
estudo realizado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade
Nova de Lisboa, concluiu que uma em cada cinco famílias em Portugal,
encontra-se em insegurança alimentar por não ter acesso a uma
alimentação saudável e por receio de não ter o que comer por
motivos financeiros. Exemplo disso, é o facto de se ter verificado,
por parte destas pessoas, uma diminuição na compra de medicamentos
e no número de idas ao médico por dificuldades económicas sentidas
nos três meses anteriores ao inquérito. Estes nossos compatriotas,
revelam ainda uma menor adesão ao padrão alimentar mediterrâneo,
recorrendo menos ao azeite como principal fonte de gordura,
consumindo também menos fruta e hortícolas e preferindo carnes
vermelhas e processadas.
O
estudo não refere outra tristeza que se verifica neste país (e
talvez não só) e que é o êxito do comércio da comida de
plástico. O fast food. E da
beberagem açucarada e viciante a ele associado. Isto,
apesar de termos uma das melhores gastronomias do mundo, e de estas
mistelas provocarem, o que já é quase uma pandemia, a obesidade.
Mais grave ainda, a infantil.
Portanto,
estamos perante duas desgraças. A primeira, devido ao desemprego, à
precariedade, aos salários e pensões de miséria, ao resultado das
brutais assimetrias sociais, fruto do capitalismo predador. A
segunda, devido à eficácia do marketing dessas poderosas
multinacionais, principalmente das
duas norte-americanas muito
conhecidas. Nomeadamente,
junto das faixas etárias mais jovens.
Francisco Ramalho
Corroios, 4 de Fevereiro de 2017
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