domingo, 26 de fevereiro de 2017

O beato denunciador

Em tempos que lá vão – mas não há muito –, havia um beato que tinha chegado ao topo hierárquico conventual, pelo que às quintas-feiras e outros dias – quando fosse necessário confessar –, tinha autoridade eclesiástica para receber em confissão outros confrades que também dirigiam sectorialmente o convento.
Então, o compenetrado beato, lá os ia ouvindo de modo que nada do foro confessional fosse trazido para a praça pública, nem até no adro se soubesse das penitências atribuídas.
Mas não é que após ter deixado de dirigir o que fora o seu mosteiro, o torpe e maquiavélico beato, tal como o demo fez a mãe, escarrapachou num livro maldito e mal-intencionado todos os pecados que ouvira dos seus acólitos em confissão?
Até já o sabidolas diácono dos Remédios dizia que não havia necessidade.


José Amaral

1 comentário:

  1. Mas o "beato" diz que é sério, honrado, sabedor,etc e... é o que digo sempre: o espelho sempre o enganou...

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