Por despacho da France-Presse, datado de 4 de Março de
1956, o Diário Popular do mesmo dia informa os seus leitores que “os
futebolistas ingleses ameaçam fazer greve, a fim de apoiarem as suas
reivindicações de salários. Projectam actualmente uma greve de aviso por um
dia, na Sexta-feira Santa e se entretanto as suas reivindicações não forem
atendidas, uma greve geral de três semanas”.
Volvidos 61 anos sobre esta notícia, dois aspectos
ressaltam de imediato, primeiramente, o facto de hoje a maioria dos
futebolistas não necessitar de fazer greve, pois recebe remunerações muito
acima da média dos restantes cidadãos; em segundo lugar, transparece o facto de
se referenciar a existência de uma greve de apoio a reivindicações salariais
num país estrangeiro enquanto em Portugal as liberdades individuais, de
imprensa, de reunião e direito à greve estavam seriamente restringidas. A para única tentativa de greve geral desencadeada
no tempo do Estado Novo (1933-1974), ocorreu a 18 de Janeiro de 1934. Pretendia
protestar contra o atrelamento dos sindicatos ao Estado, e contra a deterioração
das condições de vida dos trabalhadores. Com a existência apenas de pessoas que
foram presas e deportadas para Angra do Heroísmo, nos Açores, e para o Campo de
Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde. O Movimento Nacional Sindicalista acabaria por ser proibido
nesse mesmo ano, sob a alegação de que era um cópia de acções revolucionárias
estrangeiras.
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