sábado, 18 de março de 2017

A propósito de Rentes de Carvalho

Li no Expresso, hoje, a coluna de Henrique Monteiro que defende que na nossa avaliação do artista não devemos confundir o valor intrínseco do homem com a sua ideologia. Isto a propósito de Rentes de Carvalho, conhecido escritor, agora cidadão holandês e confesso votante no Partido de Gert Willders, da extrema direita, Tenho dúvidas que assim seja, expresso duma forma tão axiomática. Quem viu um documentário sobre Hanna Arendt, que ainda estará nos cinemas, percebe que esta pudesse amar Heidegger (é um sentimento) mas igualmente entende que o professor/filósofo não foi anódino na vida universitária e logo de organização social da Alemanha e do mundo. Mas também sei que gosto muito da Carmina Burana e estou muito longe de sentir o mesmo pelo seu autor, Carl Orff.
Daí que o que poderei dizer, para não ficar com "dilemas", será: "ainda bem" que, ao fim de três livros lidos, não gosto da escrita de Rentes de Carvalho pois assim "jogará bem" com o cidadão luso/holandês que detesto nas suas opções políticas de extrema direita, ainda por cima "interesseiras" segundo entendi da curta entrevista que deu à RTP.

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. Caro Fernando,
    Não conheço a biografia de Rentes de Carvalho, mas suponho não estar enganado por pensar que, em certa altura da vida, também foi imigrante na Holanda. Talvez por já ter sido há muito tempo, esqueceu-se. Acontece.

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