quinta-feira, 2 de março de 2017

Pés de barro

Em Portugal, fala-se mais das arbitragens e do árbitro do que do jogo de futebol e dos jogadores. Esta triste realidade só pode ser imputada aos dirigentes e treinadores. Os árbitros são os bodes expiatórios dos seus fracassos. E percebe-se bem porquê: convém-lhes arranjar uma desculpa para escapar à ira dos adeptos, quando os resultados lhe são desfavoráveis. Melhor faria o nosso dirigismo desportivo se educasse as massas, dando melhores exemplos, para que não houvesse tanto fanatismo em Portugal e o desportivismo e fair-play fossem uma realidade. A hipervalorização do árbitro, que cada vez mais parece uma psicose, já se arrasta há muito anos. Nada se tem feito para a corrigir. Este ambiente doentio, por vezes irrespirável, em que está mergulhado o nosso futebol, só é possível, com efeito, pelo baixo nível da maioria dos  dirigentes dos clubes e de treinadores. O futebol português merecia melhor sorte. Não basta ser campeão da Europa. É um gigante com pés de barro.

Simões Ilharco

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