segunda-feira, 10 de abril de 2017

Estudantes expulsos do Sul da Espanha


‘1000 estudantes portugueses expulsos de hotel no Sul da Espanha’. Com este título noticioso, dimanado por todos os meios da comunicação social, os alegados prevaricadores descrevem a semana passada no hotel Pueblo Camiño Real como ‘um inferno’.
 E nós perguntamos: ‘um inferno’ para quem?
Terá havido algum exagero nas acusações por parte da gerência do referido hotel, mas o que os alunos terão feito é deveras lamentável: paredes riscadas com ‘imagens rupestres’ à boa maneira de vândalos; pontas de cigarros atirados ao chão; garrafas e copos espalhados por tudo quanto era sítio – menos nos locais para o lixo -; um televisor mergulhado numa banheira; sofás arremessados para a piscina; cortinas vandalizadas, bem como outros mimos deixados para memória futura, eis o feito histórico destes jovens hunos, que deixaram uma nódoa negra para manchar o nosso hospitalar comportamento, fazendo o que nunca deveriam ter feito.
Para finalizarmos estes limiares opiniões retemos uma frase altamente negativa tendo em conta o princípio ultra capitalista em que o dinheiro tudo compra, a qual foi proferida por um futuro encanudado, que foi a seguinte: ‘o montante que deixamos de caução dá e sobra para os danos provocados’. Isto é, quem tem dinheiro pode fazer os maiores desmandos, pois já pagou pelo mal que cometeu.

nota: este texto, sem o último parágrafo, foi publicado pelo PÚBLICO de 11/4/2017.

José Amaral

4 comentários:

  1. O que sucedeu é um crime praticado contra as pessoas que trabalham. Não respeitar os horários para que o pessoal de limpeza posso fazer o seu serviço, estando deitado até às tantas, e depois vir queixar-se que não lhes mudaram os lençóis, é de gente sem princípios e perigosa porque se julga superior. Quem trabalha tem horários. Riscar paredes, partir candeeiros, destruir tectos, lanças colchões pela "borda fora" e aparelhos de televisão na banheira, são actos de vandalismo intoleráveis. Mas, o mais grave, é que na maioria dos casos, desde a agência organizadora aos representantes dos Encarregados de Educação, todas parecem aprovar estes actos de banditismo, pois acham que foi a vontade de retaliação que imperou dado as más condições de serviço do hotel. E não digo mais nada, porque estou terrivelmente envergonhado, tanto com os jovens como com os adultos que os protegem e desculpam.

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    1. A minha paciência para tudo que seja bandalheira sempre foi zero. E fiquei revoltado ao ouvir alguns adultos dizer que é preciso compreensão dado tratar-se de crianças! Crianças?...

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    2. Não estou a desculpar mas a verdade é que o são, se tiverem menos de 18 anos! Insisto, é só para repor ao rigor das definições. O que, obviamente tem consequências legais para além de outras.

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  2. Desculpem voltar aqui mas também só hoje houve novo dado. Qual? Pois o texto acima do José Amaral, veio hoje publicado no PÚBLICO. Todo? Era bom! O último parágrafo, claramente anti-capitalista, foi... para o "balde do lixo"! Admirado, eu? Nem tanto. O "cirurgião triador" das cartas actua com "sabedoria"! Enquanto o José "bateu" nos jovens, tudo bem (pois então, respeitinho e disciplina são muito bonitos...), mas quando se "atirou forte e feio" à ideologia que perfilha o "Observador" (ups!), alto e "pára o baile"!...

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