terça-feira, 11 de abril de 2017

Lone Star


Para qualquer governo, um banco não pode (deve), de algum modo, ser entendido (aceite, admitido) como uma "estrela solitária" (lone star).

Para qualquer governo, um banco deve ser uma “estrela” solidária, no sentido de ser uma "estrela" (financeira) inserida e colocada, tanto quanto possível, ao serviço da sociedade e, portanto, da economia produtiva em que esta assenta (investimento, emprego...).

E não ao serviço de um ou dois accionistas que, que para seu único ("lone") interesse, o que de um banco pretendem é (só) obter o maior lucro financeiro possível, única "estrela" (star) que os guia.

É só nisso que este e outro tipo de "fundos" (e os por nós bem pagos "caixeiros viajantes" objectivamente ao seu serviço...) estão interessados.

Não estão interessados na economia produtiva. Mais: não estão interessados na economia.

Estão interessados só no financismo (humana, social e economicamente) estéril.

Como diria o saudoso Eduardo Galeano, estão apenas interessados em "pôr o dinheiro a fazer amor com o dinheiro".

Justamente o contrário do que deve ser o interesse de um governo (de qualquer governo mas, mais ainda, de um governo socialista): pôr o dinheiro "a fazer amor" com o desenvolvimento da economia produtiva, do investimento e do emprego (e, por implicação, do Estado Social), pôr o dinheiro "a fazer amor" com o Serviço Público.

O dinheiro do Serviço Público não deve ficar ao serviço do dinheiro.

JOÃO FRAGA DE OLIVEIRA

(publicado, com cortes, no Público de 6/4/2017 - https://www.publico.pt/2017/04/06/opiniao/noticia/cartas-ao-director-1767787)

2 comentários:

  1. Bem vindo caríssimo João! Muito bem vindo!

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    1. Muito obrigado,amigo Fernando. Tenho andado daqui distanciado por razões, digamos, meramente "blogo-técnicas"...

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