terça-feira, 11 de abril de 2017

                                          GRANDES ESPÍRITOS

Os grandes espíritos são fascinantes de muitas formas, como a serenidade com que enfrentam qualquer situação.
Contou há tempos o cónego Rui Osório, numa das suas crónicas de religião que mantém ao domingo no JN, (que vou citar de memória)que madre Teresa, ao passar por Roma vinda de receber o prémio Nobel, tinha à sua espera um batalhão de jornalistas.
Um deles adiantou-se e, se calhar à espera de ganhar o dia com alguma coisa “bombástica”, atirou: “Madre, a senhora já tem setenta anos. Quando morrer, o mundo vai ficar igual ou pior do que estava quando chegou. Acha que valeu a pena o seu sacrifício?”
Resposta: “Mas eu nunca pensei que poderia mudar o mundo. Só tentei ser uma gota de água limpa em que pudesse brilhar o amor de Deus. Acha pouco? Tente ser também uma gota limpa e seremos dois. É casado? –Sim, madre. –Peça também à sua esposa e assim seremos três. Tem filhos? –Três, madre. –Oh, traga também os seus filhos e já somos seis”…
Bom, o resultado da entrevista foi que aquela figurinha aparentemente insignificante a dominou por completo, passando ela a interrogar o jornalista, com comovedora simplicidade.
Num outro local, ao lado do papa João Paulo II, aclamados por grande multidão, o papa fez-lhe uma provocação bem humorada, dizendo-lhe que, pelo que ali via, madre Teresa era bem mais popular que o papa… Conhecedora de quão frágil pode ser o apoio das grandes multidões, ela virou-se para ele de mãos postas e rogou-lhe:”Rezai por mim, Santo Padre”!
Ambos já morreram e não temos como saber se foram recebidos pelo Pai, por muito que na Terra tenham tido edificante percurso, justamente porque há muita coisa que desconhecemos entre um lugar e outro, mas se gente assim não tem assento no Paraíso, então quem terá…
                                              Amândio G. Martins



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