Querido Deus,
Quero questionar-te. São inquietações, dúvidas que me assolam e que, volta e meia, me deixam um travo de temor.
Porque morremos?
Sei que tudo o que existe tem um princípio e um fim. Quer dizer... tudo não. Tu não morres. És eterno. Porquê? Porque nos dizes que existe vida para além da morte, quando na verdade sabemos que não há? Ambos sabemos que do nada viemos e nada seremos, pelo meio há uma efemeridade a que chamamos vida. Faz sentido viver nesta angústia de sabermos que vamos morrer? Sabes, Deus, nunca te vi sorrir. Nunca te ouvi rir. Nem uma gargalhada. Nem ao teu filho sequer... É estranho. Porque não ris? És infeliz? Nós, humanos, que sabemos que um dia tudo acaba, rimos. E rimos muito! Será que rimos porque morremos? Ou será que morremos porque rimos das peripécias da vida? Tu não ris porque és eterno?
Que graça tem viver sem sentido, sem riso, com a única certeza que vamos viver para sempre? E viver para sempre não faz sentido, porque tudo começa e acaba. E tu Deus? Porque não acabas? Quem te inventou? Quem te criou? Quem é o teu criador, Deus?
E esse criador, onde está? Porque não aparece? Será que era feliz, riu e morreu? Seria ele real?
A realidade é que tudo acaba. Nada se perde, é certo, tudo se torna noutra coisa qualquer, mas morremos. E tu, Deus, és como os sonhos e a fantasia: jamais morrem.
És sonho ou fantasia?
Porque morremos, Deus?
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