domingo, 2 de abril de 2017

Provedores de criminosos


O relógio do Big Ben marcava 14H00. Àquela hora, a ponte Westminster normalmente repleta de transeuntes, estava um pouco deserta devido à chuva que caía afugentando os turistas. Até que, um terrorista, usando como arma um automóvel em que o gatilho era o acelerador e ponte de mira o volante, acerta em mais de quatro dezenas de inocentes ceifando vida a cinco deles. Sua mãe, Janet Ajao, já veio dizer que não apoiava as suas acções nem as crenças que o levaram a cometer essa atrocidade. Por cá, por estranho que possa parecer, e  talvez não, de imediato as redes sociais foram inundadas de comentadores justificando tais actos e culpando o Ocidente por ter armado e a treinado aquela gente. Não será hora que uma chuva providencial de clarividência e bom senso, entre na cabeça desta gente? Desconhecem que este jihadista até era de nacionalidade britânica? Esquecem que esta gente provoca atentados no seio da sua própria comunidade? Que cometem estes actos criminosos em países neutrais que nada têm a ver com fornecimento de armas e treinamentos? Então, como justificar os atentados no Quénia, Somália, Burquina, Mali e tantos outros países só em África? Os defensores desta gente não veem que estão a dar tiros nos próprios pés e com isso  força a estes malfeitores? Ainda não pararam para pensar que estes criminosos cometem estes atentados apenas por prazer em matar? Ou, segundo o Alcorão, na recompensa aos mártires em que lhes são concedidas 72 virgens? Sabem como classifico quem defende estas atrocidades fazendo-se passar por muito progressista? De provedores de criminosos. Até que o azar lhes bata à porta. 
Jorge Morais
Publicada em:   DN-M de 31.03.2017  -  REVISTA SÁBADO de 06.04.2017                         
                          REVISTA VISÃO de 06.04.2017  -  JN de 17-04-2017

                                                                Ilustração do leitor Paulo Pereira


10 comentários:

  1. Li com muita atenção o seu texto e julgo que se refere às pessoas que defendem os terroristas, não é? Se assim é, tem toda a razão. É que fiquei um pouco na dúvida ( estúpida, com certeza) se equiparou terroristas a islâmicos.

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    1. Se leu com atenção, onde está a dúvida (estúpida, tem razão)? Sobre equiparações, a minha opinião é esta: há terroristas de todas as crenças religiosas, assim como em ateus ou agnósticos. Os do meu texto, sem quaisquer dúvidas são islâmicos por muito que o desgoste.
      Mas já que se preocupa com quem tenha opiniões diferentes da sua sobre o Islão, acabo de ler no JN de hoje a seguinte noticia:
      “A polícia da Chechénia, deteve mais de cem homens, alegadamente por serem homossexuais, e pelo menos três terão morrido, de acordo com o jornal russo "Novaya Gazeta". O regime de Kadyrov é acusado de graves violações dos direitos humanos e de ter introduzido o islamismo no quotidiano dos chechenos.”
      Aproveito para o aconselhar a ler o que Winston Churchill, estadista com grande visão do que haveria de vir, disse em 1899 sobre o Islão. Imagino o que diria hoje.
      E não resisto voltar ao meu texto: o respeito de devia merecer esta mãe, Janet Ajao.




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    2. Assim não! A acrimónia não é boa conselheira. Insinuações torpes e pseudo-didatismo não colhem comigo. Passe bem.

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    3. Com que então, fui áspero e pseudo-didáctico na resposta às suas insinuantes dúvidas e agora vem armar-se em vitima. Para que saiba, sei muito bem ler nas entrelinhas. E bajulação comigo não dá. Fique bem.

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    4. Pense o que quiser de mim mas deixe-me dizer-lhe uma coisa: a bajulação é sempre má mas se a tivesse praticado consigo, muito mal andaria da minha capacidade mental. Provavelmente enganou-se na palavra. Questão de semântica.

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    5. A pressa é inimiga da perfeição e claro que não era esse o sentido que quis dar e quanto a isso peço desculpa. O que devia ter escrito era que “de mim, não contasse com bajulação”. Aquilo que saiu, acredite, nem me passou pela cabeça. Nunca tive jeito para bajular ninguém e até me enoja quando vejo alguém a fazê-lo. Agora, tire as devidas ilações.

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    6. Quanto à bajulação, estamos entendidos. Grato pela explicação. Agora o que gostava de saber é se, estando num blogue, com caixa de comentários, posso fazê-los, para serem lidos, nas linhas e/ou nas entrelinhas, sem merecer frases do tipo "que estou a armar-me em..." ou outra parecidas. Eu nunca o "brindei" com frases similares e também não coloco intenções "ocultas" nas suas palavras ou na sua personalidade, só debato as suas (e as de outros) ideias no cotejo com as minhas. E isso, acredite ou não, é o meu modo de pensar e agir na uso da palavra. Senão, não estaria "aqui".

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    7. Quando publico aqui, ou noutro local as cartas que foram publicadas anteriormente na imprensa, sei bem que não podendo agradar a todos, estou sujeito a comentários. Se são concordantes, o assunto acaba ali. Se discordantes, tento justificar o que escrevi ou em certos casos até concordar com o leitor. Nesta carta, o seu comentário não foi a concordar ou a discordar à boa maneira da minha terra: pão, pão, queijo, queijo. Foi muito político, tipo “nim” o que me deu o direito a tirar ilações, que podem ser justas ou não, mas a culpa já não será minha. Daí o ter acusado de insinuações. O que não dava lugar a confusões, e já que quis comentar, seria dizer abertamente se concordava com aquilo que escrevi ou não e dessa maneira o meu contraditório seria objectivo, quiçá concordante. Aproveitou também para me lembrar que o “brindei” com a frase “que estou a armar-me em...". Sinceramente, não sei o contexto em que tal o disse, mas acredite que, se o tivesse feito sem motivo, andaria muito mal da minha capacidade mental.
      Duma coisa pode ter a certeza: o que possa ter escrito não foi para o ofender, (só ofendo quem me tenha ofendido) e como não sou hipócrita digo o que sinto na altura.

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    8. E aqui ficou, neste blogue o diálogo entre nós os dois. Para quem , eventualmente, o leia e queira fazer a sua exegese. E ainda bem que assim pode ser. Registado, lido e interpretado.

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  2. Mais uma vez o volto a apoiar, amigo Fernando!

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