segunda-feira, 10 de abril de 2017

Ser idoso.

Ser Idoso é…

… ter coragem de olhar para frente e dizer que traz consigo um mundo. Um mundo de sabedoria. É ser gente. Alguém que vê a difícil vida em cada ruga. Carrega na sua guarida a realização e a gratidão da existência. Significa dar um passo, quando num dia, infelizmente se sofreu… Significa guardar o que se sente. E, no dia seguinte, viver, ser feliz, como um aprendiz de sábio, e lá bem no fundo, no fundo do seu coração, preservar as memórias eternas dos anos.

Todos têm no rosto a marca da vivência e a experiência de vários momentos vividos com alegria e, hoje, mais do que nunca, o que lhes entristece mais é a solidão, a falta de carinho e de atenção. Temos de lhes dar o que merecem, devolver-lhes tudo o que nos deram, abraçá-los, acarinha-los, compreende-los, não duvidarmos das suas capacidades, darmos uma mão, uma palavra, um miminho.

Mas, atenção! Idoso é uma pessoa que tem muita idade. Ser velho é diferente: é perder jovialidade. A idade apenas causa a degenerescência das células, a velhice causa a degenerescência do espírito. Por isso, nem todo o velho é idoso e há velhos que ainda nem sequer são idosos. Os idosos sonham. Os velhos dormem. Os idosos aprendem. Os velhos nem ensinar conseguem.

Se você, que estiver a ler isto, é idoso, guarde consigo a esperança de nunca ficar velho. Guarde a jovialidade e a alegria de viver, mesmo que a pele se engelhe.

O idoso e o velho até podem ter a mesma idade no bilhete de identidade, mas datas bem diferentes no coração.

Ser idoso é mais do que amar. É toda uma vida.

Tratar bem de um idoso, é de todos um dever. Não nos esqueçamos dos idosos de hoje, porque nós somos os idosos de amanhã

5 comentários:

  1. Nunca é demais lembrar os idosos. Ontem fui visitar uma vizinha, a D. Generosa, fazia anos. Levei-lhe um vaso pequenino, trouxe a sua definição de «ansiedade»... Um dia ela foi ao médico e, este, disse-lhe que a crise que teve se deveu a «ansiedade». Ela, sem coragem para perguntar o que significa essa palavra, ficou a pensar nela até que um dia, descobriu por ela própria o que queria dizer: "é querer fazer alguma coisa e não ser capaz!".

    ResponderEliminar
  2. Gostei do seu texto, Ricardo. Muito embora, esteticamente, goste mais da palavra velho que da de idoso. Esta última é muito pouco sonora, tem muitos "ós", fechados e mudos. E é muito mais "eufemística", enquanto velho é mais "leal" e aquele "e" aberto dá-lhe... vida! E depois, não gosto nada do neologismo "idadismo" que é, simultaneamente, "lamechas e agressivo". Enfim, jogo de palavras ou, no meu caso, "filosofia barata"!

    ResponderEliminar
  3. Tenho pensado muito neste caso vertido no seu texto em 'ser idoso' ou velho, como já é o meu caso.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.