quinta-feira, 11 de maio de 2017

A FÉ E O AMOR

Como afirma Ludwig Feuerbach em "A Essência do Cristianismo", tal como a razão, o amor é de natureza livre e universal, enquanto que a fé é de natureza estreita e limitada. Foi a fé, e não o amor, que inventou o inferno. Para a fé, o que os cristãos fizeram de bom não foi obra do homem mas dos cristãos e o que se fez de mau foi da responsabilidade do homem e não do cristão. Como se tem provado ao longo dos séculos, a fé passa muitas vezes a ódio e a perseguições, opondo-se ao poder do amor, da Humanidade, da justiça. Pelo contrário, o amor não conhece outra lei senão ele próprio. É divino por si mesmo. O próprio homem é objecto do amor pelo facto de ser fim em si mesmo, um ser capaz de razão e de amor. "Quem ama o homem pelo homem, quem se eleva ao amor do género, ao amor universal (...), esse é Jesus, o próprio Jesus", conclui Feuerbach.

2 comentários:

  1. Mesmo que também duvide de mim mesmo, enquanto ser humano, mais vale ser de "altos e baixos" do que "certinho", dogmático e catequético. Gostei deste seu texto, A. Pedro.

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  2. Ocorre-me este poema de Sophia:
    Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
    E suportar é o tempo mais comprido.
    Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
    Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.
    Há muitas coisas que não quero ver.
    Peço-Te que sejas o presente.
    Peço-Te que inundes tudo.
    E que o Teu reino antes do tempo venha
    E se derrame sobre a Terra
    Em Primavera feroz precipitado.

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