sábado, 6 de maio de 2017

Meu país desgraçado!...

E no entanto há sol a cada canto
E não há mar tão lindo noutro lado.
Nem há céu mais alegre do que o nosso
Nem pássaros, nem águas…
Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
Teus direitos de berço violaram?
Meu povo
De cabeça pendida, mãos caídas
De olhos sem fé
-Busca dentro de ti, fora de ti, aonde
A causa da miséria se te esconde.
E em nome dos direitos
Que te deram a terra, o sol, o mar
Fere-a sem dó
Com o lume do teu antigo olhar.
Alevanta-te, povo!
Ah! visses tu, nos olhos das mulheres
A calada censura
Que te reclama filhos mais robustos!
Povo anémico e triste
Meu Pedro Sem sem forças,sem haveres!
-Olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
E o direito de amar e fecundar
As que só por amor te não desprezam!

Nota – Poema de Sebastião da Gama, transcrito por
Amândio G. Martins



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