Num
contexto de grande instabilidade e agitação política, de fome, de
ignorância e de consternação pelos milhares que iam para a guerra
e tombavam em França, o fenómeno de Fátima vingou plenamente. A
Igreja potenciou-o na perfeição, e durante estes 100 anos, foi o
amparo espiritual e a resignação para grande parte deste povo. O
milhão de pessoas que se prevê lá estar com o papa Francisco, aí
está a confirmá-lo.
A
vida dos três pastorinhos alegadamente videntes, é que mudou
radicalmente. Submetidos constantemente a pedidos para que
intercedessem por quem lhes implorava a solução para os mais
variados males e desventuras, a sucessivos interrogatórios sobre a
sua versão sobrenatural e ainda muito debilitados devido aos longos
períodos de fome e de sede, de mortificações e penitências,
sacrifícios que faziam “para a conversão dos pecadores”, os
irmãos Francisco e Jacinta Marto, morreram ambos, ainda crianças,
de pneumónica. O primeiro, depois de cinco meses de agonia, finou-se
com apenas 10 anos, e Jacinta com 9. Lúcia, sobreviveu a tais
vicissitudes e à terrível pneumónica,que na Europa fez mais
vítimas do que a 1ª Guerra Mundial, viveu enclausurada desde essa
época, falecendo em 2005 com 98 anos.
Durante
a guerra colonial, as mães faziam promessas, encomendavam os filhos
que partiam a Nossa Senhora de Fátima. Ás dos que regressaram, o padre
dizia-lhes: vês minha filha, Ela ouviu as tuas preces. Às dos que
tombaram ou regressaram estropiados: Então, minha filha, São
insondáveis os Seus desígnios e os do Seu e nosso pai…
Francisco
Ramalho
Corroios,
8 de Maio de 2017
Publicado no semanário " O Seixalense"
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