terça-feira, 6 de junho de 2017

DÍVIDA(S)

Da "dívida portuguesa" já muito se falou. Acho mesmo que não há mais nada para dizer. Que fomos gastadores, que é impagável, que temos que ser "ciliciados" e por aí fora. Depois vêm os que dizem "paguem e não bufem" e os que acham que basta geri-la bem. E ainda, e principalmente, os que se empenham em reestruturar a dita. Deste recordo umas largas dezenas, de diversas origens ideológicas, que assinaram um texto e que quase foram "crucificados" pelo anterior governo, ou não fosse este defensor estrénuo do "crime-castigo" tão neoliberalmente  assente na tradição judaico-cristã.
Lembrei-me de trazer isto à colação porque o PÚBLICO,não pára de falar em dívidas, várias. Há dias foi o Sr. Olivier Blanchard que, vá-se lá saber porquê, se transformou dum "homem do fraque" num defensor duma boa gestão da dívida portuguesa e não no anterior "paga já!". Hoje, num artigo extenso e tão repleto de números que "até enjoa", dizem-nos do "milagre"que o Partido Socialista (PS) fez num só ano pois reestruturaram, renegociando a sua divida! O que relevo?  A frase de Luís Patrão que disse a credores "que só aceitava propostas que representassem uma diminuição de 30% dos custos"! Ah, valente! E soube também que dois "think tanks", do PS e PSD concordam que " é difícil mas que é necessário reestruturar  e não somente pagar,
Moral? Nenhuma. Ou talvez uma: Dívídas? Quem as tem chame-lhes suas...

Fernando Cardoso Rodrigues

2 comentários:

  1. Cabe aqui aquela piada do sujeito que devia dinheiro a toda a gente, a quem um amigo dizia que se devesse assim tanto não dormia descansado, ao que o primeiro respondeu que quem não deveria dormir bem eram os seus credores...

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  2. As dívidas não deixam dúvidas sobre o monstruoso encargo que trazem à nação, ou seja, aos portugueses. As dívidas estão distribuídas por todos os sectores sociais da economia. Deve o Estado (a tal dívida soberana), devem as empresas públicas, (criadas de propósito para desviá-las do orçamento do Estado), devem as empresas privadas (que quase não têm capital próprio), devem os cidadãos comuns (desde a casinha ao automóvel e aos electro-domésticos).
    Somos um país que, pouco a pouco, entrou num caminho difícil, mas que merece muito respeito; o caminho do dever!

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