terça-feira, 20 de junho de 2017

DOR MAIOR

Será necessária uma tragédia destas proporções para se pensar a sério nesta questão dos incêndios e do que se pode e dever fazer a montante e a jusante?
Todos os anos morre gente nos incêndios no nossos país - normalmente bombeiros.
Hoje a tragédia estendeu-se a civis e lá assistimos ao folclore do costume - os políticos apressam-se em deslocar-se para os locais, expressar as suas condolências e mostrar a sua consternação.
Mas o cerne da questão vai ser falado e discutido ate à exaustão, mas depois vai ser tudo esquecido novamente.
Só se discutem os incêndios quando há tragédias e esta só surpreende pela dimensão das vítimas.
Tudo o resto, a saber, a negociatas dos aviões, a justiça branda e lenta com os incendiários, a não limpeza das matas, a falta de prevenção, a desertificação do interior, ordenamento do território etc, etc, são um caldo fértil para que tudo corra mal...
Todos os anos o cenário se repete.
Todos os anos se prometem medidas que nunca passam das palavras de circunstância de quem tem responsabilidades e que depois continuam a assobiar para o ar.
Culpar as temperaturas e as mudanças dos ventos ou as situações de excepção do dia para justificar tragédias destas é, perdoem-me o termo, patético e quase imoral.
E que não haja aproveitamentos políticos desta tragédia, porque todos os governos sem excepção têm culpas no cartório.
Ânimo e agradecimentos, apenas aos Bombeiros e populações que continuam a lutar.
Para os que perderam a vida não tenho palavras, apenas a solidariedade da dor ; aos feridos que lutam por ela, que recuperem rápido e aos responsáveis políticos que tenham coragem de fazer o que tem que ser feito...de uma vez por todas.
Dor...profunda dor - e o cenário em termos de vidas humanas perdidas pode bem vir a piorar.
Graça Costa

4 comentários:

  1. Graça, não tenha ilusões! O seu brado, é apenas mais um... no deserto. Aliás, o nosso grande problema, é que se brada pouco neste país. Nós, que escrevemos aqui e nos jornais, somos uma ínfima minoria. Como dizia o outro, o povo é sereno. E eles abusam.Portanto, nem, como diz logo no início, com uma tragédia desta dimensão lá vamos. Talvez não concorde, mas, como já disse, todos temos alguma culpa. Era para ficar por aqui, mas já agora; já observou, por exemplo, alguma Assembleia de Freguesia ou Municipal?(eu estou numa) aí é um dos sítios onde se deve "bradar". Aí dói! Está lá a oposição. Mas,quantos e quantas lá aparecem?...

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    1. é verdade - tem toda a razão. Tempos estes que vivemos em que cada um se preocupa cada vez mais com o seu umbigo e pouco mais. Bem haja

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  2. Sábias palavras suas, mas onde encontrarão ECO?

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    1. Provavelmente em lado nenhum...daí terem sido escritas em jeito de desabafo...
      Bem haja

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