terça-feira, 1 de agosto de 2017

Ainda a Venezuela


O problema é que Maduro, ao querer concentrar vários poderes nas mesmas mãos, pisa o terreno da ditadura.

O problema é que a oligarquia, antes dominante e opressora na Venezuela, manipula o justo descontentamento popular.

O problema é o baixo preço do petróleo, conjugado com os erros chavistas na economia, que a afunilaram na riqueza mono-produto.

O problema é que a base social de apoio ao governo, em nítido decrescimento com o aumento da penúria, saiu da miséria com a política de Chávez.

O problema é que as pressões externas (sempre o petróleo…), repetidamente reclamadas pela oposição venezuelana, agudizam as condições de vida dos pobres.

O problema é que Maduro não é Chávez, e não só por não possuir o seu carisma.

O problema é que eu não gosto de Maduro, mas gosto ainda menos da oposição que lhe quer tomar o lugar.

O problema é que Maduro se socorreu da democracia constitucional e de um dos seus instrumentos – eleições – para legitimar o(s) seu(s) poder(es); e mesmo sem recorrer ao logro de adicionar as abstenções aos votos favoráveis à sua lista, como fez Salazar (PASME-SE!) no plebiscito constitucional de 1933, nada o desculpa. E vai cair.

4 comentários:

  1. É exactamente isso, penso eu. Maduro não é Chavez e é a sua incapacidade para liderar aquele país que vai deitar por "água abaixo" o sonho de Chavez...

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  2. Há uma coisa que não "percebo": não há uma Assembleia...eleita? Então o trajecto na democracia não é Assembleia Constituinte e só depois Assembleia Legislativa ou é o inverso?...

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    Respostas
    1. Caro Fernando,
      O problema é que, ao que sei - e confesso que não é muito, podendo, até, estar enganado - a Constituinte foi convocada no cumprimento da legalidade, o que não é suficiente, visto que se destina a concentrar e ampliar os poderes de Maduro e a "arrumar" os adversários.

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    2. Ou seja, já haveria uma intenção de protecção da parte do regime vigente em poder vir a descredibilizar a Assembleia, não é? Vai dar no mesmo.

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