domingo, 13 de agosto de 2017

Vou.me embora!

Depois de ler o texto hoje publicado - "A Classe" - no PÚBLICO e aqui no blogue "A voz da Girafa" da autoria de Joaquim Moura, decidi, com pena e amargura que não posso compartilhar mais este espaço onde nunca tinha lido tamanho "lodo nojento".
Despeço-me de todos com respeito. Cumprimento dum modo especial a Céu Mota, alma deste blogue e doutras coisas nas quais estive envolvido. Perceberão a forma como vou assinar a seguir.

Fernando Cardoso Rodrigues
Médico Pediatra.Aposentado de Chefe de Serviço Hospitalar em exclusividade do Serviço Nacional de Saúde.


14 comentários:

  1. Quando li hoje o Jornal Público a carta do companheiro Joaquim Moura, com quem tenho imensas discussões sobre milhentos assuntos mas que tratando-se de dois teimosos, um de nós desiste e deixa o outro a falar sozinho, antevi de imediato que o companheiro Doutor Fernando Rodrigues das duas uma: por já estar a caminho de Palma de Maiorca e não sendo daqueles que se mantém em contacto com estas tecnologias e assim sendo nem sequer iria ter conhecimento, ou tendo conhecimento da carta “A Classe” iria reagir, embora o Joaquim tivesse salvaguardado haver excepções pensando e si e alguns que até eu conheço. Assim, imaginei-me na situação do Doutor, e claro que também reagiria, para mais eu que em certas situações sou pouco diplomata, reagiria sim, mas respondendo como ofendido ao autor da carta. Isto tudo para quê? Para dizer ao Fernando Rodrigues que nem a Céu, nem o blogue, nem os colaboradores que se habituaram a conviver consigo, concordando uma vezes e discordando outras, que seria uma enorme perda para todos o seu abandono. Por isso, na minha maneira simples mas franca de expor o que penso, só lamento não o dizer com mais arte literária mas quem dá o que tem a mais não é obrigado. Pense melhor, com a cabeça fria, mas antes da partida para férias pois isso irá causar-lhe mau estar, resolva à sua maneira com o Joaquim. Este assunto é sério, mas até me apetece brincar um pouco: então não se vê que com estes preparativos para a guerra que o antigo ranger Joaquim se voluntariou, o está a por nervoso? Pensem bem. E olhem, se sobrar para mim alguma coisa, não faz mal. Eu desenrasco-me.

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  2. Caro Fernando Rodrigues,
    Habituei-me a ver em si um homem probo e justo. E esta sua decisão é uma injustiça. Pelo menos para o blogue e muitos dos seus seguidores. Não é justo que uma ideia - desprezível, é certo e mais do que certo - o possa levar a "castigar" inocentes. Sempre louvei a sua inexcedível tolerância. Deixe-me continuar a louvá-la ou, até, a exaltá-la.
    Compreendo o seu impulso, ó se compreendo. Mas não se deixe levar, se a sua consciencia o permitir, por emoções repentinas, ainda que perfeitamente justificadas. Tome a decisao que tomar, continuarei a considerá-lo um homem recto.

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  3. Até por experiência própria, compreendo perfeitamente a sua indignação. Mas ir-se embora não será dar ao autor de tão indigno escrito a importância que ele não tem?...

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  4. Está desde já "proibido" pelo Médico de o fazer. Quanto ao resto,ė a espuma tóxica dos dias. Abraço e boas férias.

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  5. Antes de partir para férias (somente com um antiquado telemóvel), decidi passar por aqui, não fosse haver algum comentário à minha despedida e competia-me dar uma satisfação enquanto estivesse no meu espaço.E havia quatro e é a todos esses que "respondo" em conjunto. Talvez eu esteja emocionalmente "perturbado" mas já tive tempo de dormir sobre o assunto e portanto não é isso que me fez mudar a opinião sobre o assunto e sobre o autor que escreveu o que designei por "nojo". Porquê? Porque, como dizem, o assunto é sério, exige consciência e... muita responsabilidade da minha parte. Porque não é um banal "dizer mal dos médicos" mas sim uma violenta diatribe mesquinha, rancorosa e ressabiada de alguém que, por detrás de uma elogiada forma de escrita ( que eu, para mal dos meus pecados, tomei como conteúdo de qualidade, quando ocultava esta podridão mental que agora saiu incontida e odienta.E "bestialmente" generalizadora numa calúnia onde mete tudo e todos ( embora,, num gesto tão típico dos seus iguais, diga que "há alguns médicos, poucos, que se safam"...). A responsabilidade que referi é aquela que tenho para com dezenas de jovens, homens e mulheres, que ajudei a formar e ainda para com aqueles que me ensinaram, muitos, não só no campo clínico e científico mas ainda no plano ético, que o autor da reles diatribe desconhece de todo pois talvez os seus circuitos mentais e morais, não tenham capacidade para sequer imaginá-los, quanto mais respeitá-los.
    E foi com esta gente que o SNS se tornou um dos melhores do mundo em muitas áreas, mormente naquela a que pertenço: a materno-infantil. E eu com eles. Daí a minha honra ser a deles, tenho a certeza. Haverá maus? Com certeza que sim, mas isso não é o que há em todo o lado? Mas nunca merecendo, no seu todo, a sanha pornográfica duma mente pornográfica. Não resisto a dizer que começo a perceber o que o saudoso provedor Paquete de Oliveira aconselhou ao autor do "nojo", na sua última crónica antes de morrer.
    Correndo o risco de alguns julgarem um "armanço" meu, juntarei ao meu curriculum o facto de , com imenso orgulho, ter pertencido à primeira comissão de Ética da Sociedade Portuguesa de Pediatria. E ainda, há cerca de um mês, ter sido palestrante convidado num debate, em Vila Real, sobre "Fim de vida na criança", organizado pelo CNECV (Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida). Volto a dizer que todos perceberão a razão por que aqui o escrevo.
    Alonguei-me e peço desculpa por isso. Termino renovando o meu respeito por (quase...)) todos e a amizade por alguns. E vou tomar o avião que "se faz tarde". Comigo levo o prazer de ter "andado por aqui" e ainda três livros: "Sapiens", "Em busca do Carneiro Selvagem e a última revista"Granta" sobre o "medo". "façam o favor de ser felizes"!

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  6. Não sei se o Fernando ainda vai a tempo de ler o meu comentário. É curto; discordo do texto do Joaquim Moura. As generalizações é a pior coisa que se pode fazer. Tive aqui algumas "pegas" com o Fernando, talvez a sua atitude seja excessiva, mas compreendo.O Voz da Girafa fica mais pobre.

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  7. Fazendo parte da sua opinião e formação, compreende-se a repugnância, discordância e o nojo que lhe mereceu o texto A Classe. Na vida por vezes estamos sujeitos a atitudes que merecem assim ser qualificadas. Mas não podemos abandonar a batalha e a guerra das ideias, quando intervimos no sentido que entendemos que é correcto e justo. Analisando por outro prisma, pode-se perguntar se reagiria da mesma forma se o texto visasse outra profissão? Ou que vai deixar de ser leitor do Público?...

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  8. Fernando, também só agora tenho oportunidade de dizer algo que, sei, não o vai demover do seu intento..
    Concordo com o Ernesto : apesar de tudo e de todos (ou antes, de poucos )não deve abandonar-nos, se foi apenas uma pessoa que o perturbou de que maneira...Precisamos de si!! Quando voltar de férias as coisas parecer-lhe-ão diferentes. Defenda sempre a sua linda profissão, das que mais admiro! E defenda-a publicamente (quero dizer, no Público, em resposta à carta do Joaquim)

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  9. o poder de encaixe de determinados membros de classe que se julgam inquestionáveis, está agora em cima da mesa de autópsia. Nojento e vergonhoso é o constante uso dos ultimatos ao governo actual e em termos que não eram feitos anteriormente. Nojento e vergonhoso é ter um Bastonário e uns sindicalistas que, aproveitando-se sua importância profissional e nos "palcos" aonde actuam, pressionarem o governo para cederem às suas reivindicações excessivas. A isto é que se espera resposta e não atitude de membro solidário com a turma do estetoscópio que toma o pulso ao carácter dos sensíveis que se aposentaram da objectividade séria e desprendida. Realço que a atitude define bem com que classe a gente está metido. Que não estão acima de qq. crítica, é mais que evidente. Boas férias e alka-seltzer ou outro purgante faz bem - se possível no meio de uma visão de bikinis bronzeados. Eu se não estivesse vacinado contra estas reacçoes já há muito que teria deixado de me pronunciar nos media. Mas como diz o JMorais, eu sou/fui um ranger e não viro a cara à luta. Por último direi apenas, " que saber ler é saber viver". Façam o favor de ter a felicidade por perto. Ela veste, verdade, e toma banho na honestidade intelectual!

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  10. Recorrendo à frase de JMoura quando diz "que saber ler é saber viver", penso que todos entenderam que no meu comentário tentei da forma que sei, deitar água na fervura” socorrendo-me do seu texto onde se oferece como voluntário para a Venezuela e como já tinha dito ter sido ranger nas nossas FA, brinquei com o assunto para aliviar o ambiente pesado que o sua “A Classe” tinha originado. Já agora peço-lhe para exemplificar a diferença dos TERMOS usados anteriormente e agora pois sinceramente apenas me lembra que apoiavam as greves. E pf, diga-me apenas por curiosidade: o JMoura insurgiu-me na altura contra a OM? Olhe, é melhor não responder. Já toda a gente sabe a resposta.Naquela época o governo eram uns filhos da mãe. Agora são os profissionais.

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  11. - o meu texto que não vi publicado mas ao que parece foi, estava incompleto. Faltou nele denunciar aquilo que todos sabem. Esqueci-me de apontar aqueles médicos, que à socapa gravam com os seus topo de gama Galaxy7/8 com que filmam camufladamente, ou colocam câmaras de captação de imagens nas casas de banho, ou dentro dos consultórios as garotas que se queixam do tornozelo e que eles mandam para inspeccionar, que elas se dispam do "soutien". Não façam vista grossa. Não sejam vassalos só porque alguém se insurge puxando de galões profissionais, reforçados por currículo supérfluo, que não são para aqui chamados. Quando escrevemos, não é para ninguém em especial, não pessoalizamos. Quem se manifestou a favor de A ou B, demonstrou prestação de vassalagem, a alguém que acusou o toque, não sendo esse o focado, pois não se escreve para profissões. Quanto às greves, amigo Morais, elas têm lugar quando justas. São justas quase sempre as dos operários da construção, dos têxteis, calçado, metalurgia,professores fragilizados e as de precários que abundam. Posso já não concordar com as dos AutoEuropa, as dos jpilotos, dos da CP, as dos juízes e afins. inda sobre os da Saúde, faltou apontar as enfermeiras que se queixam de assédio dentro dos corredores hospitalares, que se vêm obrigadas a correr os 100 mts. numa velocidade "boltiana", para fugirem dos batas brancas atiradiços. Só por esquecimento é que não elaborei um texto com todos estes elementos. Ninguém os desmente. reagem com ofensa e arrogância desadequada, julgando-se terem importância à parte. Eu nunca ofendi ninguém, nem sequer tenho por hábito comentar o trabalho de outros. Mas também não presto vassalagem seja a quem for. Como verifica são demasiados casos sabidos, fora os abafados. Não metam a cabeça na areia, ou na sanita nojenta. Eu um dia destes também vou puxar dos meus galões para provocar uma tempestade. Vamos lá a ver se aparecem solidariedades!

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  12. ...a Girafa, pela sua anatomia, vê mais alto e mais longe. Assim olhando, eu vi a perspicácia de Ernesto Silva quando diz/escreve e reproduzo: - "Analisando por outro prisma, pode-se perguntar se reagiria da mesma forma se o têxto visasse outra profissão..."? Obrigado Ernesto por colocar o dedo na ferida do incómodo dos melindrados vaidosos e pretensiosos. A minha vaidade está no pão nosso de cada dia, ganho com muito suor e chagas, que não dá para ir de férias. Bora lá!

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  13. No meu texto 'imbróglio' faltou-me escrever que todos nós entregamos os nosso corpo a um médico para que ele bem trate dele, quando a saúde nos abandona, tal como nos confessamos a alguém em quem momentaneamente acreditamos. Contudo, nem todos aqueles que fazem o juramento de Hipócrates disso sem pre se lembram, preferindo seguir no alinhamento de hipócritas; mas são excepção à regra, claro.

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  14. sabe Caríssimo José Amaral. Nem todos os arvorados médicos, são especialistas da visão. Alguns precisam de consultar o oftalmologista. E eles entre colegas talvez se vejam bem uns aos outros e se compreendam mesmo se usarem umas cangalhas do chinês! São fáceis de obter, baratas e dão milhões!

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