domingo, 17 de dezembro de 2017

Autoeuropa parada!

Não sei quem tem razão na disputa em curso na Autoeuropa, mas como o que vejo por aqui são predominantemente artigos a dizer aos trabalhadores para aceitarem o acordo, qualquer acordo?, ou a bem da Nação, ou simplesmente para não perder o emprego, permitam-me uma achega de outro ponto de vista.

Autoeuropa parada!
Foi greve?
Não...

Notícia desta sexta-feira passada:
"[...]a Autoeuropa estará parada, confirmou ao Negócios fonte da empresa, sem adiantar motivos. Dois trabalhadores da fábrica de Palmela avançaram que a razão se prende com a falta de peças para os T-Roc [...]"
(em Jornal de Negócios, "Autoeuropa vai estar parada por falta de peças para os T-Roc")

Ou seja, ao mesmo tempo que a empresa pede aos trabalhadores para fazerem mais turnos, mais à noite, mais ao fim de semana, não é sequer capaz de garantir que a produção corra em pleno nos turnos atuais. Talvez seja um azar, que azares acontecem. Mas o que fica no ar é a aparência de uma gestão incapaz de fazer o seu trabalho, que não consegue sequer manter a produção ao nível atual e que, aparentemente, compromete-se com níveis de produção ainda maiores que não sabe como conseguir. Ou sabe: à custa de desregular as horas dos trabalhadores...

Pagarão bem? Parece que sim. Mas então o dinheiro é tudo e acima de tudo?

Quem tem razão? Repito: não sei. São só os sindicalistas comunistas, malandros!, a querer dar cabo de tudo? Não é...

2 comentários:

  1. O que ouvi na Antena 1, de um elemento da Comissão de Trabalhadores, é que surgiu a montante o esgotamento da capacidade de produção das empresas que fornecem as peças para o T-Roc, dado o aumento exponencial da procura daquele novo modelo, faltando caixas de velocidades e outros componentes, que nada terá a ver com "uma gestão incapaz de fazer o seu trabalho", no caso concreto da Autoeuropa, que é quem mais perde, porque os trabalhadores foram dispensados por um dia, segundo as palavras do mesmo elemento, sem qualquer prejuízo para eles...

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  2. Como disse, não estou lá, saber de ciência certa, não sei. O principal que eu quero dizer é precisamente isso: temos por aqui quem "sabe, de certeza" que são os sindicatos que são uns malandros, e os trabalhadores, por si, ou como marionetas. O que digo é que se quiser acusar ao contrário, também é fácil. Já agora, notícia de hoje: «A [...] Autoeuropa [...] vai interromper a produção de 26 a 29 de dezembro "devido a quebra no fornecimento de peças", anunciou hoje a empresa.» (https://www.tsf.pt/economia/interior/autoeuropa-interrompe-producao-de-26-a-29-de-dezembro-por-falta-de-pecas-8994374.html). Ou seja, já lá vão 5 dias, cinco!, parada por falta de peça. São os sábados de um mês e trocos que não seria necessário trabalhar. Quem mais perde é a fábrica? Em dinheiro, sim. Mas se a fábrica falir "por falta de peças" quem perde o emprego? Só a gestão? E quem pensa que para os trabalhadores bom seja ficar em casa a faazer nada, é quem pensa que eles são uns calões e intriguistas, querem lá saber da fábrica. A maioria não é assim - espero - e se aprecia os dias de férias de Natal, vai para casa preocupado com o futuro. Finalmente excesso de procura é história mal contada. Se há procura de carros o que deverá acontecer é os carros feitos serem logo vendidos e haver filas de espera *para carros*. Não estou a ver como isso influencia o fornecimento de peças. Há gente a comprar caixas de velocidades sem carro...? Não pode. Produziram mais carros nos últimos dias do que estavamn a contar? Como? Se isso só é possível trabalhando sábados? - Repito, não sei quem tem razão, mas não gosto nada que se bata só num lado.

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