domingo, 3 de dezembro de 2017

Democracia de brincadeira...
                                                                                                  

Desde que passou à reforma o seu líder de muitos anos, os trabalhadores da Auto Europa parece terem entrado em roda-livre, não se percebendo muito bem que pretenderão os ideólogos desta forma de proceder.

A direcção da empresa, que certamente tem compromissos perante a sede na Alemanha, tem revelado enorme paciência, mas não será prudente, a meu ver, que estes senhores se mantenham a brincar indefinidamente.

Para que servirá eleger uma Comissão de Trabalhadores, se na primeira oportunidade a desautorizam perante a direcção da companhia... De facto, o que tal procedimento deixa transparecer cá para fora é que estarão a confundir democracia com bandalheira, e o historial deste tipo de conduta não mostra nada de bom.

Ocorre-me uma historieta quem em tempos li, de um homem que tinha ao seu serviço um amigo de sempre. Este amigo e seu empregado, muito bom trabalhador, simpatizante comunista, estoirava tudo quanto ganhava, enquanto o colega patrão acumulava uma relativa fortuna. Não gostando de ver o empregado sempre “teso”, apesar de lhe pagar bem, repreendia-o e dava-se-lhe como exemplo, ao que o outro respondia que metade da riqueza do patrão era dele...

Como a relação entre ambos era muito boa, o que estava em posição ascendente fez com o empregado o seguinte exercício: Ok, imaginemos que é verdade que metade do que eu tenho é mesmo teu e eu aceito dar-te essa metade; mas eu sei que vou continuar a progredir e recupero o que te dei, enquanto tu vais dar cabo de tudo, como é que ficamos depois? -  “Ora, voltamos a dividir”!


Amândio G. Martins




7 comentários:

  1. "imaginemos que [...] eu aceito dar-te essa metade". Mas não deu, nem daria nunca, pois não?

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  2. Não dava, não; só se fosse tolo! Pretendeu-se realçar a filosofia de vida daquele trabalhador, que não é tão rara como possa parecer...

    Mas, no caso aqui em apreço, estamos perante uma empresa de topo, que proporciona trabalho qualificado e bem pago a muita gente. Tem em mãos um projecto que também é importante para os trabalhadores, aos quais pede alguma flexibilidade para o levar a cabo, abrindo boas perspectivas para mais umas centenas de novos empregos. E o que fazem os meninos aburguesados? Fazem pouco caso do assunto, esticam a corda, marimbam-se para os que esperam poder lá trabalhar!

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    1. Quem ganha mais que o salário mínimo é menino aburguesado?

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  3. Embora o respeite, como deve saber, discordo totalmente de si agora. Acha então que toda aquela gente de trabalho, gente digna, gente que pensa como o senhor, são isso que diz e ainda por cima egoístas. Gostava que confirmasse ou não, se continua a pensar isso.

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  4. Vejamos o seguinte: O senhor Ramalho discorda de mim por direito próprio; e é com esse mesmo direito que eu mantenho o que disse, com uma diferença entre nós; é que eu não estou convencido de ter sempre razão, ou sequer razão alguma. É apenas a minha opinião; mas aproveito para lhe lembrar que a empresa de que vimos falando se tornou um referencial de estabilidade laboral, com proveito também para o país, e nunca me constou que os seus trabalhadores fossem escravizados...

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  5. Espero não estar a afirmar ou a insinuar que eu penso que tenho sempre razão. Depois, quem é que disse que foram escravizados? E neste caso, não é uma questão de ter ou não razão. é uma questão de uma pessoa, o Sr. Amândio, (ou se fosse qualquer outra pessoa) estar a julgar tão negativamente tantas outras pessoas. E isso, Sr. Amândio... Eu nem classifico. Para mim, é indigno classificar-se mal, depreciativamente, qualquer grupo de pessoas. Por isso, é que considero tão injusto as generalizações.

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