quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

“Os incríveis disparates do Governo”


Aconteceu um dia destes um naufrágio na Figueira, em que morreram alguns pescadores; das várias pessoas que ouvi falar do assunto, um deles, de uma organização de pescadores, segundo percebi, disse esta coisa notável:  “Isto foi uma negligência grosseira do Governo; o barco foi de certeza abalroado e o Mestre ainda lá deve estar dentro”!

Como qualquer pessoa pode verificar, uma afirmação destas não faz o menor sentido, mas é frequente ouvir-se “artilharia” deste calibre até de onde menos se esperaria...

O senhor Francisco Ramalho, num escrito que não fica a dever nada a qualquer escrevinhador da Direita, atribui ao Governo tudo quanto de mal acontece, desde o roubo de Tancos até, se calhar, à falta de chuva; e se ainda não chegou a tanto, pela “inspiração” neste caso demonstrada lá chegará, mais dia, menos dia.

E, na verdade, as instituições têm a sua organização, a sua governança própria, que é recrutada e paga para zelar pelo bom funcionamento dos sectores em que manda; e, até prova em contrário, supõe-se que a integram pessoas sérias e competentes.

Quando acontecem anomalias, aí cabe à tutela verificar o que falhou, chamar à responsabilidade quem a tem e tomar medidas para que não se repitam; isto é válido para qualquer Governo, e tudo que se diga entretanto é que são “incríveis disparates”.

De facto, daquilo a que o senhor  Ramalho chama “incríveis disparates”, só uma acusação será pertinente, que é o  INFARMED. No mais, não passa de conversa de taxista envinagrado

Concordará que, quando se quer escrever alguma coisa que faça sentido, usar argumentos assim tão estafados só mesmo coisa da Direita que, tendo perdido completamente o rumo, qualquer coisa lhe serve; realmente, as questões  com que dá corpo ao seu texto não passam de disparos de pólvora seca que, de tão repetidos, tresandam a queimado...


Amândio G. Martins




2 comentários:

  1. Ó senhor Amândio!Serei mesmo eu, a origem desta sua estranha e tão destacada reacção e postura? Foi assim tão grave o que eu disse para o senhor ter que responder deste modo? Com um texto próprio? Acha então o senhor que o Governo não é visto nem achado nos outros 3 casos. Olhe, senhor Amândio, pelo menos desta vez, parece que está a ser mais papista que o Papa. Sabe porquê? Porque até dois amigos meus, ambos apoiantes deste governo e do PS, um deles, para além de amigo é meu familiar e mesmo militante, e muito activo, consideraram o meu texto crítico, mas construtivo. É que também lá estão dois elogios! Não viu? Um ao Governo, outro ao seu principal responsável.Também lá está uma referência à premente renegociação da dívida. Também acha isso mal? Sabe Sr. Amândio, um dos meus melhores amigos, é quem mais "porrada" me dá.Quando é merecida, o que é que quer que eu faça? Olhe, sabe o que é que eu gostava mesmo? Era de estar agora aí nesse seu/nosso Minho, para comer uma boa cabidela de pica no chão, acompanhada desse excelente verde tinto. Faça isso por mim e por si, e vai ver que fica mais calmo e reflexivo. Desejo-lhe muita e boa saúde!

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  2. "Data venia", senhor Ramalho! Acha então que os ladrões de Tancos e o órgão da Justiça que mandou levantar aqueles defuntos, foram perguntar ao Costa se podiam... E ele, perdulário: "Ok, go ahead"!

    Noutra versão: O órgão que está no topo da hierarquia do Estado tem de andar a ver se as sentinelas estão acordadas; e as decisões da Justiça estão dependentes da autorização do Governo?

    Olhe, senhor Ramalho, o jornal de hoje só vou ler daqui a pouco; mas no de ontem, na necrologia, vinha a foto de 12 homens e cinco mulheres. O que este número mostra é que homem velho é coisa que morre muito; s7ugiro-lhe que não se consuma com coisas que não valem a pena...

    Quanto à "cabidela", dar-me-á muito prazer tê-lo aqui a "deitar abaixo" comigo uma panelada desse manjar!

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