quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Voltemos à Raríssimas

A situação vivida nesta IPSS, de acordo com o que tem sido noticiado, é, de facto, bastante escabrosa, tendo em conta os vencimentos auferidos pela líder, pelo seu marido, pelo filho, bem como pelo prestador de ‘elevados serviços’, o qual pediu a demissão de secretário de Estado, juntando-se ainda outros indícios de autêntica gestão danosa.
No entanto, é muito lamentável o conluio que tem havido entre esta instituição e o Estado, do qual, incompreensivelmente, tem recebido chorudos subsídios, verdadeiramente impensáveis para milhares de congéneres, que todos os ‘tostões’ contam para sobreviver.
A grande maioria das IPSS são administradas por pessoas que o fazem por mero voluntariado, sem auferirem qualquer remuneração, conforme os estatutos da quase generalidade das misericórdias existentes no país.
Eu mesmo faço parte da mesa administrativa da Misericórdia de Armamar e da qual recebo somente responsabilidades pelos actos de voluntário dados à mesma instituição. Isto quer dizer, que o Estado tem milhares de cidadãos que gerem graciosamente aquilo que o próprio Estado deveria fazer.
Portanto, o modo presumivelmente criminoso como tem agido a administração da Raríssimas só terá sido possível graças ao laxismo inspectivo de proximidade de entre os poderes estabelecidos em Lisboa e a própria administração, uma vez que os visíveis sinais exteriores de riqueza e fausto são incompatíveis com uma instituição de solidariedade social de referência, que, por arrastamento comportamental, incrimina também e põe em dúvida a seriedade de todas as IPSS que operam devotadamente em Portugal.

José Amaral

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