quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

A Baleia Azul e outras artimanhas

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Dar um tabefe num filho é violência doméstica; pedir-lhe para ajudar a pôr a mesa ou fazer outro leve serviço doméstico – hoje em dia – é um acto de pura escravidão, que pode ser enquadrado num trauma infantojuvenil, logo, condenável pela lei. Isto é, ‘deixai vir a mim as criancinhas’, que delas é o reino do faz de conta, e de todas as artimanhas ultra ociosas, tal como auto flagelarem-se – não a caminho do calvário – mas seguindo os preceitos da toda-poderosa ‘baleia azul’, que tudo pede e que tudo lhe é concedido, até a morte.
Esta sociedade de continuado ócio edificado, mais cedo do que muitos pessimistas pensavam, vai desaguar em putrefactas sarjetas, rumo ao abismo social e comportamental da espécie, uma vez que se julga detentora de toda a tecnologia, em que só se exige e a nada se é obrigado, julgando-se acima de qualquer contrariedade.
Agora, passou a existir mais um ‘joguinho’, que consiste em ingerir ou colocar uma cápsula colorida de detergente na boca, filmando o acto e partilhar nas redes sociais, tal como participar no ‘instrutivo’ programa televisivo “Supernanny”.
É o vale tudo nesta continuada degradação social.

José Amaral

9 comentários:

  1. Sabe uma coisa, senhor Amaral: eu nunca bati nos meus dois filhos, um rapaz e uma rapariga, não porque eles não fossem iguais a todos os outros, com as suas travessuras, algumas mesmo a pedí-las, mas porque me lembrava que ainda era do tempo em que os miudos apanhavam por tudo e por nada, do tempo em que havia pais que iam à escola, não para saber como iam os filhos nos estudos, mas para incentivar a professora a "não as poupar"se achasse que mereciam.

    Mas ao ponto a que as coisas chegaram hoje, com os catraios a poder ameaçar os pais só porque os mandam fazer algum pequeno serviço ou lhes aplicam um ligeiro tabefe, é difícil de engolir...

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  2. Muito obrigado, Amigo, peça sua compreensão de antes de de agora.
    Um abraço.

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    1. O que acima queria escrever era bem: Muito obrigado, Amigo, pela sua compreensão de antes e de agora.
      Um abraço.

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  3. Ou eu estou mal informado ou há aqui, numa parte do texto do José Amaral, confusão da grossa! Ainda agora, quando acabei de ler o texto do Eduardo Sá - "Maltrato com patrocínio" - no PÚBLICO de hoje, acho que confirmei o que penso que o "Supernanny"é: um "mau trato" para com a Criança e uma violação dos Direitos Humanos da mesma! E não o que entendi da última linha do texto do JA: sugestão de que a Criança é que e a "má da fita"!
    Desculpe José Amaral mas ou eu falho totalmente no meu raciocínio ( e pedirei então encarecidas desculpas? ou o que escreveu é muito grave e "exijo-lhe" que se explique aqui.

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  4. Meu Caro Fernando Rodrigues, não compreendo o que 'é muito grave' o que acima escrevi, "exigindo-me" uma explicação. Mas explicação de quê?
    O jornal DESTAK de hoje, 19/1, publicou o meu texto na íntegra, e quem o fez - para o publicar - não terá vislumbrado NADA assim tão GRAVE.
    Portanto, não sei que fazer, ou terá de haver um EXAME PRÉVIO sobre o que eu escrevo, ou sobre tudo que AQUI se escreve?

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  5. Quanto ao "exigir", mesmo que hiperbolicamente com aspas, admito que devia ter usado um peço-lhe, sem aspas. O pedido de explicação, esse mantém-se pois, relendo todo o texto do José Amaral e o comentário do Amândio Martins, tudo decorre, principalmente, sob um pensamento central que resumirei como: "como estão a comportar-se as crianças!"
    E infiro que, no caso do "Supernnany", a "culpa" também lhes é atribuída, não será assim? E, se assim é, ou o JA aquiesce ao meu pedido, reafirmando o que disse, ou deverá explicar que não é como pensei o sentido das suas palavras e... então pedirei desculpa pelos meus considerandos. É que o facto do DESTAK ter publicado o seu texto, não torna este imune à crítica. E, deixe-me juntar, se "culpa" as crianças no dito programa televisivo, o assunto é mesmo grave. Não a merecer "cadeia", mas coloca-o num modo de "tresler" a sociedade que merece reflexão e oposição da minha parte. Que vale o que vale mas, aqui no blogue, é obrigatório pois podemos confrontar ideias e não somente ouvir e calar. O que escrevemos compromete-nos e este local não será nunca para mim, somente um local de leitura passiva ou, ainda, de compulsão de ou catarse de escrita. Qual EXAME PRÉVIO qual carapuça (embora reconheça verve irónica ao seu dito)!

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  6. O Dr. Fernando Rodrigues, como médico pediatra, tem obrigações de que nós, o senhor Amaral e eu, estamos "dispensados"...

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    1. Que eu tenha uma responsabilidade acrescida, pela minha profissão, admito. Mas isso não desrresponsabiliza ninguém pelas opiniões que emite, não concorda Amândio Martins? E, reparou certamente, ative-me muito ao caso da "Supernanny", referido exclusivamente pelo José Amaral, pois, a não ser que ele me diga que foi aquilo mesmo que quis dizer ( e aí, discordando profundamente, calo-me) houve erro de análise por parte dele, pois toda a gente é unânime em dizer que o ( para além de quem promove o programa, o que não entra nesta discussão) são os pais das crianças que as usam e não elas próprias.

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  7. Bom, o silêncio também é uma resposta e o do José Amaral, passe o oxímoro, "ouve-se" por demais. Acabo então a minha intervenção aqui com um conselho para mim mesmo: que o pensamento anteceda sempre as palavras que digo ou escrevo.

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