quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Andar aos “caídos”


Esta oposição à actual governação do país é de uma tal indigência que, não sendo capaz de apresentar alternativa que contraste positivamente com o actual rumo das coisas, agarra-se como náufrago em desespero a qualquer coisinha banal que no dia a dia lhe caia no regaço...

Será que a ministra da Justiça disse mesmo alguma enormidade quando, à pergunta sobre o mandato da PGR, respondeu que o mesmo terminaria este ano e não seria renovado? De facto, poderia ter respondido, quando os jornalistas quiseram saber como seria, que não era assunto para tratar já, dado que ainda falta muito tempo; podia, sim senhores, mas falta-lhe para isso manha política e respondeu com franqueza, coisa que, a mim, me parece muito bem.

E também me parece muito bem que aquela senhora PGR, de cujo mandato ficarão para a história as mais tristes cenas alguma vez vistas, com o pelouro que chefia a protagonizar degradantes espectáculos, e a cometerem-se debaixo do seu nariz os maiores atropelos ao segredo de justiça, em conluio com tablóides vampirescos, seja remetida para aonde possa tratar de flores, descansar, meditar e ler, enfim, coisas que não façam mal a ninguém.

Realmente, na minha apreciação, da sua acção não resultou nada edificante no combate à criminalidade, porque alguns daqueles que possam ter cometido crimes, já estão meio ilibados, pela forma obscena como foram tratados, antes que pudessem defender-se; como disse em tempos Rui Rio, reagindo ao que via, a Justiça é um assunto de Estado demasiado sério para ser tratado como espectáculo televisivo!


Amândio G. Martins



7 comentários:

  1. Peço ao Amândio Martins que faça o favor de ler o comentário que teci ao texto do José Rodrigues ("Entenda-mo-nos"). O que nele digo vale também como comentário ao seu. Pelo menos na parte que a ambos é comum.
    O seu tem aspectos de apreciação/ilacção política geral e apreciação/crítica sobre a PGR, Joana Vidal, que o do José Rodrigues não tem. Quanto aos primeiros poderei estar de acordo em determinados aspectos, mas quanto ao mandato funcional da PGR não, pois entendo que está a ser demasiado injusto com ela. Mas, sabe, se formos pacientes, nas proximidades de Outubro saberemos o que quis dizer este imbróglio actual.

    ResponderEliminar
  2. O que eu penso é que este descuido da ministra foi sopa no mel para aqueles políticos que, não tendo nada para dizer ao país, qualquer coisa lhes serve para animar a sua "maralha"...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se assim é... Mas, fazendo de "advogado do diabo" ( o que, segundo os "cânones",não se deve fazer...), se eu estivesse na oposição, também pegaria no assunto...

      Eliminar
  3. Não terá sido por acaso que o Dr. Fernando Rodrigues sentiu que seria mais útil à sociedade noutra actividade...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Talvez, talvez tenha sido isso. Intuitivamente, por certo. Mas resultou bem pois fui bem feliz na minha profissão. Tinha a vantagem de TODOS puxarem para o mesmo lado...

      Eliminar
  4. Se me é permitido, também digo o que penso sobre a actuação global de Joana Marques Vidal no cargo de Procuradora Geral da República. Tendo a pensar que teve actuação muito meritória e destemida em “acusar” determinadas pessoas, o que talvez seja um sinal de mudança de que, em rigor, não estou absolutamente convencido. Mas que parece, parece.
    Há outro aspecto, também muito relevante, em que entendo que JMV falhou: nas fugas de informação. E não esquecer que este foi um dos pontos mais importantes que ela enunciou no início de funções como objectivo do seu mandato. Os resultados são pouco menos que desastrosos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, mas as fugas de informação com quebra do segredo de justiça, parece-me uma coisa quase atávica e, sendo "doença", é mais "genética", pois vêm tão de trás...

      Eliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.