domingo, 14 de janeiro de 2018

Habilidades que pagamos caro


Com o título “empréstimos que desaparecem”, escreve o prof. Ricardo Reis o seguinte, no caderno “Dinheiro Vivo”, do JN: Três senhoras, economistas, examinaram os relatórios mensais que os bancos portugueses enviaram aos reguladores e descobriram padrões esquisitos nos dados observados.

 Por exemplo, quando um empréstimo estava em falta há 11 meses, desaparecia misteriosamente, verificando que uma das formas usadas pelos bancos  para fazer desaparecer incumprimentos era conceder novos empréstimos com os quais os faltosos pagavam o atrasado, mostrando ao regulador que  tudo estava em dia...

Assim, protegendo empresas que deveriam ter falido, faltam com o crédito a outras, merecedoras de confiança, prejudicando a produtividade do país em 20%, segundo cálculos credíveis.

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No mesmo caderno, um artigo de Carlos Coelho – Gestão de marcas de Portugal – fala do azeite português, dizendo isto:

Um litro de azeite extraordinário português, com um rótulo português vale 4€; com um rótulo espanhol vale 8€; com um rótulo italiano vale 16€; e se é verdade que os italianos conseguiram promover o seu azeite a melhor do mundo, em “blind test”, o nosso é avaliado com a mesma qualidade...

Por muito que nos custe, a qualidade intrínseca dos nossos produtos não é suficiente. De facto, nós sabemos que o nosso azeite é muito bom, mas o mundo não sabe. Temos de nos concentrar em valorizar as nossas riquezas aos olhos do mundo.



Amândio G. Martins

5 comentários:

  1. Acrescentando ainda que uma boa parte desse azeite "espanhol", é proveniente de olivais de exploração intensiva regados com água da barragem do Alqueiva, que a prazo, esgotarão as terras do nosso Baixo Alentejo, onde é produzido.

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  2. A plantação de olival no Alentejo tem séculos, senhor Ramalho; o que é triste é ver que são estrangeiros a perceber a potencialidade da terra para essa cultura, quando podiam muito bem ser portugueses. De facto, o que os espanhóis fazem é aproveitar o que nós não vemos, tirando partido das potencialidades oferecidas pelo Alqueva, mas pagando a água consumida. O que é mau não é o que fazem os espanhóis, mas o que nós não fazemos, deixando transformar em matagais terras com grande potencial...

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  3. Mas, o maior problema, Sr. Amândio, é a exploração intensiva que esgota os solos!

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  4. Um olival é muito diferente de eucaliptal; pode manter-se indefinidamente no mesmo local, naturalmente alimentando os solos em função das necessidades da planta, sem o que também não produziria; é uma cultura que requer acompanhamento permanente, enquanto os que exploram eucaliptos só aguardam que cresça o suficiente para cortar, e assim sucessivamente...

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  5. De facto, as minhas oliveiras são centenárias.

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