quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

VIDA DE POETA

Acordar novamente manhã cedo. Ir para o computador passar textos. Eis a minha vida de escritor e poeta. Não sou mais nem menos do que os outros. No entanto, eu penso muito. Saio ao meu pai. Deus o tenha. Aqui na praça vou apreciando macacos e palhaços e alguns senhores e senhoras. Há explosões em mim. Bênçãos. Maldições. Alucinações. Quem sou eu? De onde venho? Pai, mãe, não sou realmente daqui. Os políticos, quase todos, parecem-me quadrados. Só vêem números e economia. Até o Centeno já foi apanhado. Eu, ao menos, nunca roubei ninguém nem nunca tive tachos. Não sou como alguns. Muito rebeldes, muito rebeldes, mas com tachos nas Câmaras ou nas universidades. Acho piada a esses revolucionários de meia-tijela. Cheguei a admirá-los, a imitá-los. Agora não. Agora chegou a minha hora. Já nada me pode travar, a não ser a doença.

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