sábado, 10 de fevereiro de 2018

A Comissão Europeia quer fortes fortíssimos

Os patrões continuam favorecidos pela liquidação dos direitos dos trabalhadores. Têm, na Comissão Europeia (CE), um aliado de peso (a UGT, central sindical(?) é inconsequente), que recomenda mais liberalização nos despedimentos e nas leis laborais. Considerarão que os trabalhadores ainda não estão tão desprotegidos quanto deveriam estar. Querem leis ainda mais permissivas, a favor do patronato. Os burocratas de Bruxelas auferem honorários de nababos, pretendendo que o valor do trabalho seja pago a pataco! A CE faz um diagnóstico desfocado, assente numa posição ideológica (de Direita) e não, na realidade laboral, já de si desregulada na lei: Querem os fortes fortíssimos!
   Desde 2009, foram feitas nas leis do mercado de trabalho, 15 mudanças!, e o que é que os trabalhadores ganharam? Nada! O primeiro-ministro quer mais e melhor emprego. Certo, mas… melhorar emprego significa destroikar as leis laborais que são vincadamente do interesse patronal.
   O INE revela que o desemprego cai. Que emprego se cria? Maioritariamente precário. Hoje, há tanta precariedade, como quando a troika nos colocou num colete de forças, com a competente ajuda do desgoverno Passista (ou passadista). O PS foi contra a mexida nas leis laborais pró patronato na legislatura anterior e agora faz orelhas moucas para acabar com a caducidade na Contratação Colectiva do Trabalho. Dá-lhe jeito, mas é pró-patronato e de moral duvidosa. Ter duas caras, conforme a circunstância política, não mobiliza a cidadania, nem credibiliza a política. Depois, as queixas dos políticos por falta de participação activa dos cidadãos na sociedade - soa a falso.

                                           Vítor Colaço Santos

3 comentários:

  1. A UE cada vez mais ao serviço do capitalismo.

    ResponderEliminar
  2. Hoje vem um texto muito interessante sobre o assunto, de Pacheco pereira, no Público. Na linha do que o Vítor critica e bem.

    ResponderEliminar
  3. Também li o artigo do Pacheco Pereira. Chama a atenção para algumas ideias que, por via da “normalização” ideológica que se apregoa como verdade absoluta, há muito nos andam a inculcar de forma altamente eficaz. Tanto que se transformaram em mitos:

    1º mito: dão-se por provados factos sem qualquer evidência de métodos de prova (científicos).
    2º mito: o “económico” deve estar acima do “político”. Interessa a muitos “economistas” que assim seja, mas, felizmente, não a todos.
    3º mito: são as actuais leis laborais que “emperram” o desenvolvimento, por isso, devem ser “liberalizadas”. De notar que, por definição, as leis laborais só existem para regular uma relação entre duas partes, nas quais uma é muito mais fraca, devendo, assim, ser protegida.
    4º mito: a “economia” é coutada das empresas, convém que os trabalhadores se mantenham de fora.

    Pacheco Pereira realça estes assuntos porque não ignora o “social” e o “político”. E, felizmente, não fala “economês”.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.