segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A GRANDE MESA

Hoje tenho tempo. Muito tempo. Estive a ler acerca de Camões. Estive a ler António José Saraiva. Compreendi melhor "Os Lusíadas". Estamos no mundo para o compreender, também para o transformar, acrescenta Marx. No entanto, esta gente vive no medo, não faz o banquete, não celebra a vida na grande mesa. Fecha-se em casais, em grupos fechados, em famílias. Droga-se com telemóveis, televisões e computadores, com a tecnologia. Há excepções, claro. Há pessoas que falam da vida, que vivem a vida. Contudo, essas pessoas andam dispersas. Poucas vezes se reúnem. O trabalho. O tempo. O tempo que os politiqueiros e os cães capitalistas nos roubam. Eles querem roubar-nos a vida. E nós nascemos puros, inocentes, abertos à descoberta. E nós viemos brincar, aprender, conhecer. E eles começaram a impor-nos regras, regulamentos, castrações, ideias, polícias, governos. E eles moldaram as nossas cabeças. Alguns de nós questionaram, resistiram. Tivemos problemas na juventude e na adolescência. Tivemos que percorrer o caminho do solitário, alguns caíram, outros encontraram amigos, companheiros, camaradas. Continuamos a ser diferentes dos outros. Não suportamos manadas. Continuamos em busca do abraço e da sabedoria.

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