sábado, 10 de março de 2018

REGISTAM-SE INCIDENTES NA SEQUÊNCIA DE DEVOLUÇÕES DE TERRAS


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A 10 de Março de 1979, a Reforma Agrária marcava a agenda política nacional. O governo de Mota Pinto pretendia que as propriedades ocupadas pelos camponeses fossem devolvidas aos seus antigos donos. As devoluções de terras eram acompanhadas pela presença de forças armadas da Guarda Nacional Republicana. Abílio Fernandes, da Câmara Municipal de Évora, já tornara público que a edilidade não concordava com a presença de forças da GNR no concelho para este efeito. Por outro lado, Pezarat Correia, membro do Conselho da Revolução, havia emitido um documento público onde criticava, em termos muito duros, a política do IV Governo no domínio da Reforma Agrária e, designadamente, os seus aspectos repressivos. Todos estes acontecimentos levaram a que o Primeiro-ministro Mota Pinto, o ministro da Agricultura Vaz Portugal, o secretário de Estado da Estruturação Agrária Ferreira do Amaral e outros membros do governo se reunissem, de urgência, para tratar da contestação popular à Reforma Agrária.
A Reforma Agrária de 1975, foi, em paralelo com as nacionalizações, uma estratégia para criar um modelo económico colectivista em Portugal. Já antes de 15 de Abril, data da publicação do Decreto-Lei 203/75, que permitia a expropriação de propriedades agrícolas, o processo de ocupação de terras se tinha iniciado. Foi posto em prática sobretudo no Alentejo (distrito de Évora, Beja e Portalegre, e em alguns concelhos do Ribatejo, através da criação de unidades de produção colectiva, de carácter cooperativo.

2 comentários:

  1. Contestação popular à RA? Sabe, Sr. Mário, o que é viver-se num sítio em que tudo à volta é de meia dúzia de famílias? Sabe o que é viver-se descalço até aos 10/11 anos? Sabe o que é ter que se emigrar para não se morrer de fome numa terra de fartura? Eu sei, Sr. Mário! Vivi lá até aos sete anos. E eu, os meus pais e os meus 4 irmãos, passámos por isso tudo. O que vale é que acabaram com as RA e com as nacionalizações e agora temos aí uma sociedade sem assimetrias, justa e desenvolvida. A RA, fruto do 25 de Abril, Sr. Mário, foi a coisa mais justa que se fez neste país. Fruto do 25 de Abril, e das ancestrais injustiças na Zona onde ela aconteceu. Digo-lhe mais Sr. Mário, se o povo do Alentejo não fosse tão condescendente e humano, tinha havido muitos "gargalos" cortados...

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