sexta-feira, 4 de maio de 2018


Caldo de nabos


Quem não gosta dum agrado
Por sua proficiência;
Mas com tanto rebuscado
O leitor já saturado
Não tem muita paciência...

Ser gongórico na prosa
No verso uma charada;
Luís de Gôngora goza
Que um nabo não é rosa
Mas a sopa é perfumada!

Presunção de ser poeta
Não é realizadora;
Pois um Poeta detecta
Não haver em tal faceta
Melodia sedutora...

Uma vida deslumbrada
Querendo-se bem cumprida;
Chega ao fim a jornada
Em vez de bem consumada
Quedou-se mal consumida!


Amândio G. Martins

5 comentários:

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.