segunda-feira, 18 de junho de 2018


Dar e Receber...


O povo inglês parece já estar a dar-se conta do embuste que foi a manipulação contra a permanência na União Europeia. Segundo escreve o prof. Ricardo Reis, no caderno “Dinheiro Vivo”, a economia  do Reino Unido estava num dos primeiros lugares  no crescimento económico antes do referendo, e hoje é a que menos cresce na UE e, dizem os números, com o brexit, os ingleses ficaram mais pobres cerca de 10%.

Dois anos depois do voto, não houve nenhuma política com algum sucesso do governo actual, porque toda a energia tem estado canalizada no brexit e as instituições vão-se fragilizando, com juízes ameaçados, a Câmara dos Lordes a ser ameaçada de extinção por se ter oposto a saída da UE, parlamentares a gritarem que o governo lhes prometeu num dia o que negou logo depois, que alguns foram ameaçados fisicamente para votar pela saída.

De facto, e até agora, os ingleses só perderam com a saída; é que não era só dar para os outros sem contrapartida, slogan com que enganaram os votantes, mas também receber grandes vantagens.  Diz Ricardo Reis que, num debate recente, foi ouvido a um dos apologistas da saída que ela valeu só pelo prazer de, no dia seguinte à vitória, poder mandar a Europa dar uma curva...


Amândio G. Martins



2 comentários:

  1. Dá muita pena que um projecto como o europeu, civilizacionalmente agregador na ideia, esteja a deixar-se implodir. Cercado por gente que dele só quer o "dinheirito" mas não os princípios da cidadania alargada, e por "desertores", vai descendo de degrau em degrau até ao "círculo gelado" do novo (velho) inferno.

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  2. Escrevia Afonso Camões, Director do JN: "O gesto do Governo espanhol, de acolher os africanos enxotados de Malta e Iália, não é a solução; é apenas um apelo à decência europeia. É preciso que alguém fale grosso em Bruxelas, ao menos para dizer a alguns dos chefes de turno que não se pode querer estar na Europa pelos benefícios e recusar a repartiçao de custos"...

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