sábado, 16 de junho de 2018

FILOSOFANDO…

O mundo parece estar de pernas para o ar: são notícias e mais notícias de ocorrências que um pouco de bom senso dos decisores muito podia ser facilmente resolvido.
Aqui no nosso País e apesar de uma certa acalmia politica continuamos com tantas manifestações de insatisfação. Por exemplo: faltam médicos anestesistas, e nunca mais abrem os procedimentos oficiais para que sejam colocados os clínicos em falta. Entretanto muitos deles aceitarão colocações fora do País e os nossos gastos com a sua formatura serão usufruídos por outros e os nossos anestesistas irão lá longe constituir até família e contribuir para a desertificação que em muitas terras se sente.
Claro que isto não é só com esta especialidade: há – de uma maneira geral - falta de médicos em Centros de Saúde e hospitais e o mesmo se passa com a classe de Enfermagem. Também esta classe tem as portas abertas por essa Europa fora. Entretanto os que aqui ficam estão sobrecarregados com trabalho e horários pondo em perigo não só a sua resistência como os cuidados a dispensar aos doentes.
Agora foi também notícia que um número considerável de Escolas tem falta de trabalhadores não docentes sejam nas secretarias seja noutras áreas como a de vigilância. Muitas tarefas são asseguradas pelos professores que já estão sobrecarregados na componente lectiva e as nossas crianças não têm a vigilância que se impõe nas entradas e saídas, na movimentação dentro das instalações e nos refeitórios e nos recreios.
Muitos dos horários desregulados que são praticados em serviços e nas empresas resultam da falta de preenchimento das vagas que realmente existem. E lá aparece a precariedade que muitas empresas aplicam.
Há uns números que têm sido divulgados com insistência que indicam que têm vindo a melhorar os indicadores económicos e sociais e que o desemprego tem vindo a diminuir e que o PIB está em ligeiro crescimento e que há um numero importante de empresas que estão a ter lucros dignos de registo, e que há gestores a ganharem mais de cem vezes o ordenado de muitos trabalhadores. Os trabalhadores são a base da riqueza mas continuam a ter salários muito baixos, desigualdade nas condições de vida e de trabalho tardando uma mais justa repartição da riqueza do que é produzido.
E é verdade que o Mundo está de pernas para o ar, pois nestes meses de Primavera os dias frios e a chuvinha têm sido uma constante talvez interferindo até na bandeira que tem vindo a ser suporte do nosso turismo. E se o turismo for afectado muitos portugueses sofrerão pois, entretanto, não têm sido desenvolvidas outras alternativas à nossa mão-de-obra tanto no plano industrial como   até na agricultura continuando a importar-se frutas e legumes do outro lado do Mundo. 

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 13.06.2018

1 comentário:

  1. É isso amiga Clotilde. E agora para anestesiar ainda mais a rapaziada, temos uma dose cavalar de futebol durante 1 mês. Todos os canais generalistas em simultâneo. E não me refiro à transmissão dos jogos! Que os da selecção portuguesa podem ser transmitido, refiro-me à seca dos comentários.

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