segunda-feira, 4 de junho de 2018


Meditando sobre o homem...


“Inclinados à ingratidão, por natural pobreza de sentimentos  nobres, os homens esquecem facilmente os favores que receberam e rememoram com afinco os agravos que lhes fizeram. Os beneméritos, por essa razão, ocupam na história lugares modestos. As crónicas são feitas, principalmente, com epopeias militares e biografias de guerreiros.

Mas uma breve digressão pela história mostra-nos vários redutos do Mal destruídos pelas forças do Bem. Milícias infernais desenvolvem ainda, de quando em quando, contra-ofensivas desesperadas, a fim de conquistar baluartes perdidos. E chegam a conseguir alguns êxitos nas flutuações da batalha. São vitórias efémeras.

É impossível regressar ao passado, embora a repetição de acontecimentos análogos nos obrigue, por vezes, a confundir paragens com retrocessos. É fácil explicar o equívoco. A Humanidade avança em espiral, como a sucessão das estações do ano.Volta o inverno, mas já não é o inverno passado.

Ninguém consegue, como disse Heráclito, banhar-se duas vezes nas mesmas águas do rio.Vivemos em mundo de aparências e é difícil descortinar a realidade. A preocupação do facto imediato perturba-nos a visão do sucesso distante,  mas nem todas as vitórias são benéficas; há derrotas mais salutares que triunfos...”

Nota- Respigo de apontamentos diversos.


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Também será por isso que dizemos que não se deve voltar aonde se foi feliz?... Por impossibilidade temporo-espacial?...

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  2. Mas essa é uma "recomendação" cuja lógica nunca entendi bem...

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