terça-feira, 26 de junho de 2018

OCEANOS DE PLÁSTICO





Comemorou-se no passado dia 8, o Dia Mundial dos Oceanos. Deu-se então relevo à maior praga que os afeta: os plásticos. O problema é de tal dimensão, que se formaram mesmo ilhas de plástico. A maior das quais, devido a um fenómeno relacionado com correntes marítimas, situa-se no Pacífico Norte e tem uma dimensão 17 vezes o tamanho de Portugal; 1,6 milhões de quilómetros quadrados. De entre inúmeros, apenas mais dois exemplos desta praga, estes, próximos de nós; no Mediterrâneo e na nossa costa, 95% e 70% ,respetivamente, dos resíduos poluentes, são plásticos. Os seus efeitos na fauna marinha, são devastadores. Tartarugas, aves, e até baleias, morrem de fome com o estômago cheio. De plástico. E depois, um problema ainda maior; o dos micro e até nano-plásticos, (o plástico não se degrada. Subdivide-se quase infinitamente) que são consumidos pelos moluscos e pelos peixes, chegando, naturalmente, através da cadeia alimentar, até nós, humanos. Acresce ainda, que, segundo os entendidos, para além da composição do plástico já ser altamente prejudicial para quem o ingere, ele tem a capacidade de absorção de outras substâncias poluentes, algumas das quais, potencialmente cancerígenas.
Prevê-se que a manter-se o atual afluxo, 8 a 13 milhões de toneladas/ano, em 2050, haverá no mar, mais plástico que peixe.
Como se constata, estamos literalmente inundados de plástico. Portanto, ou se tomam medidas a sério, drásticas, ou as consequências agravar-se-ão de uma forma dramática. Assim, deveria impor-se limitação no fabrico de utensílios e abolição mesmo de alguns, como, por exemplo, as tão perniciosas palhinhas de plástico, reutilização obrigatória de outros, como vasilhame, e campanhas intensas de sensibilização nos principais órgãos de comunicação social, e nas escolas, e depois, para os renitentes incumpridores, sanções. Não vemos outro caminho. O que vemos, é lixo, sobretudo plásticos, nas bermas das estradas e caminhos, em valas e ribeiros , nas praias, enfim! Um por todo o lado. Plásticos, que depois, grande parte deles, irão parar ao mar. E também não vemos o que seria um mínimo de civismo; as pessoas, de uma maneira geral, separarem o lixo nos contentores e ecopontos.
Portanto, cabe ao poder central e local, tomar medidas. Mas cabe também, e em primeiro lugar, a cada um de nós, comportar-se civicamente respeitando os outros, a Natureza e a nós próprios.
Francisco Ramalho
Corroios, 14 de Junho de 2018

Publicado na edição desta semana de “O SEIXALENSE”



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