quarta-feira, 6 de junho de 2018


PÚBLICO 06.06.2018



União Europeia



A União Europeia está, nesta altura, com várias debilidades e Donald Trump, Vladimir Putin e outros líderes de grandes potências exteriores tudo fazem para a dividir.

 Em Itália, por razões não (apenas) nacionalistas, mas porque os italianos não quererem ser totalmente “comandados” por Bruxelas — e pela Alemanha que determina as regras fundamentais do euro —, as eleições foram ganhas pela direita numa lógica populista.

Neste contexto político, não ajuda nada que um comissário europeu (alemão e responsável pelo orçamento) tenha feito declarações que, de forma directa ou indirecta, se prestam a interpretações de ingerência nos assuntos internos de Itália.

O país teria de seguir as regras do euro, ou então “os mercados iriam ensinar os italianos a votar bem”.

Ou seja, um voto que possa implicar pôr em causa o que os países do Norte (e os mercados) estipularam está desacertado.

Ao mesmo tempo, esta mesma União Europeia de concreto pouco faz quando a Hungria, persistentemente, caminha contra as regras europeias e agora até prepara penalização a quem ajude imigrantes ilegais a passar a fronteira.

Tudo isto desune e fragiliza a União Europeia, que não pode ser algo em que cada Estado faz o que bem entender, ou uma tentativa de disciplinar à força os países do Sul não olhando com o mesmo rigor para o Leste.

Assim, acabamos por nos fragilizar, correndo o risco da União Europeia se dissolver, dando abertura a Trump e Putin e outros de fazerem de nós os restos mortais de uma Europa que já chegou a ter a centralidade cultural, científica e económica do mundo e que agora parece mais estar a tornar-se num “museu da história”.



Augusto Küttner de Magalhães,

Porto

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