quinta-feira, 19 de julho de 2018

O bónus


Noticia o Público que há uma empresa em Portugal com 161 trabalhadores, dos quais 21 directores, “altamente cilindrados” em bólides familiares, com gasolina e portagens à discrição, que ainda contabiliza gastos com o pessoal na ordem dos 8,3 milhões de euros. Para fazer o quê, se funções como a contabilidade, a informática, o apoio à gestão e reporte de obrigações legais, o patrocínio judicial e a ajuda nos planos de negócio estão entregues a especialistas em outsourcing, a troco de mais uns largos milhões de euros? Mesmo a gestão e cobrança de créditos oriundos do BPN, função para a qual se “inventou” a Parvalorem, se encontra entregue a serviços externalizados, mas de eficácia duvidosa, como se constata pela permanente perda de valor dos activos detidos e pela alienação a preços da chuva de outros bens, enquanto se alijam garantias como quem sacode a caspa. Pois a culminar tudo isto, o Estado deu um bónus de meio milhão, a título de progressão de carreira por mérito, ao pessoal do “veículo”, não a todo, mas, vá-se lá saber por quê, só a metade dos efectivos. Não é que o bónus, permitido pelo Governo, desse para novas estradas, investimentos vultuosos ou fazer justiça com os professores e outros profissionais, mas, não esquecendo o rombo que o BPN, na altura integrando alguns destes “trabalhadores”, deu nas contas públicas, ocorre perguntar: qual foi o mérito que se premiou?

Público -22.07.2018

1 comentário:

  1. Há tantos episódios similares a este na vida portuguesa! Gestões danosas e recompensas aos gestores que as efectuaram! Mas com o BPN pelo meio, é mesmo insultuoso demais para o povo português!!

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