quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Marine Le Pen, não


Era completamente previsível que, face à celeuma levantada pela possível interdição do discurso de Marine Le Pen na Web Summit, após o insidioso convite da organização, se levantassem vozes a clamar pela liberdade de expressão. Como bem apontou Rui Tavares no Público, a madame francesa sairá sempre a ganhar desta contenda, ou porque vai usufruir à borla dos nossos dinheiros públicos para difundir a sua xenófoba mensagem ou, se tal não lhe for permitido, vai-se carpir em vestes de vítima da “censura”.

Continua a haver gente que acha que a liberdade é para ser usada por todos, sem limites. Faz-me lembrar algumas pessoas que, no rescaldo do 25 de Abril de 1974, ficavam muito admiradas por se proibirem os partidos fascistas. Pensavam, nas suas ignorâncias interessadas, que, se havia liberdade, os fascistas também se poderiam organizar em partido, tal como todos os outros, e, em conversa corrida, repudiavam veementemente o regime derrubado, mas tentando sempre encontrar forma de o reabilitar. Truques que, hoje, são usados à saciedade nas redes sociais. 
Público - 17.08.2018

P.S.: Vivi o exemplo com um superior hierárquico - oficial superior - que tive no Exército, na Guiné, e que, nos finais de Abril de 1974, ainda não percebia que os partidos fascistas são ilegítimos em sociedades democráticas. Tive que lhe explicar que é consensual não dar liberdade aos inimigos da liberdade. E que não é por vingança, mas sim por precaução.

3 comentários:

  1. O que é lixo ao lixo deve ser remetido, mas como a figura é cidadã da União Europeia de cujo estatuto, enquanto deputada, abusou descaradamente, roubando centenas de milhares de euros, goza ainda assim de livre circulação nos estados membros, podendo quem muito gosta dela convidá-la para uma "barbacoa" lá em casa...

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    1. Tudo bem, mais sardinhada, menos peixeirada, mas não na mesa do nosso Orçamento.

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