domingo, 14 de outubro de 2018

Desabafo


Tenho para mim, se calhar erradamente, que o espaço, pequeno por razões plausíveis, concedido pelos jornais à opinião dos seus leitores, aqui no Público designado por Cartas ao Director, se destina àqueles leitores sem nome na “praça”, que, por circunstâncias diversas, não dispõem de outra qualquer tribuna para apresentar as suas ideias. Tenho verificado, contudo, que os jornais se aproveitam muitas vezes desse espaço para, desvirtuando-lhe, em minha opinião, a missão original, dar guarida a peças que, com toda a respeitabilidade, extravasam essa finalidade. Já não falando das inúmeras rectificações de erros cometidos – porquê no espaço das “Cartas”? – tenho visto no Público o exercício puro e simples do direito de resposta, bem como autênticos artigos de opinião assinados por quem não tem dificuldades de palco (historiadores, políticos, governantes e até jornalistas). É evidente que os signatários são leitores, mas, atendendo à notoriedade que se lhes reconhece, não deveriam ser publicados noutros locais, libertando o espaço para os outros, também leitores, mas “sem voz”?
Nota: Texto enviado ao Público (sem grande esperança de publicação…).

3 comentários:

  1. Espero que tenha melhor sorte que eu. Desde há bastante tempo que deixei de o fazer, mas saberá bem quantas vezes escrevi para lá sobre esses mesmos assuntos, sem qualquer resposta, mesmo que não fosse publicada. E as vezes que "lutei" por um Provedor? Mesmo aqui no blogue!

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    1. Testemunho o seu afinco na "empreitada". Quase parece a luta do D. Quixote contra os moinhos de vento. O que me levou a mais esta investida é a percepção que tenho do aumento do "fenómeno". Sem qualquer exagero, posso afirmar que o Público, nestes últimos tempos, usa e abusa do expediente. Novo director?

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    2. É bem verdade. Tem sido quase todos os dias e com textos extensos.

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