quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Talvez o Governo precise de dormir


Apesar do Sol que continua a espreitar por meio de chuva neste Inverno que está a chegar, este País está a braços com problemas que se houvesse bom senso facilmente se resolveriam.

Falo da teimosia em não ser contado o tempo de serviço de tantos trabalhadores do Estado como os Professores, do não preenchimento das vagas que existem em muitos estabelecimentos de ensino e serviços públicos. Refiro a não resolução do problema dos Estivadores, o “nem sim nem não” dos Juízes e dos Funcionários Judiciais, dos médicos e enfermeiros… das Forças Armadas, das Forças de Segurança… Todo o Pais está em luta e o Governo parece assobiar para o lado deixando que a insatisfação cresça. O Governo faz discursos sobre uma baixa de desemprego exemplar mas depois o número de precários continua a crescer. Há também a luta por melhores salários e melhores reformas.

Todos precisamos de dormir, e também de estudar, de conviver, de ir às compras, passear, tomar café, não fazer nada e ver as estrelas. E precisamos de harmonizar tudo isto com o tempo de trabalho, pois só distribuindo todas as actividades pelos dias podemos viver em plenitude. E só homens felizes poderão ter mentes esclarecidas e construir um Mundo melhor.

Ao reduzirem exponencialmente o número de trabalhadores em tantos departamentos e serviços públicos e ao imporem e autorizarem horários de trabalho desumanos, desgastantes, estão a abrir as portas a trabalhadores cansados expostos a um número maior de acidentes de trabalho. Está provado que um trabalhador cansado, infeliz, e desgastado, não pode produzir mais e nem melhor. Ao apoiarem a precariedade, os contratos ao dia estão também a contribuir para uma sociedade desiludida, sem esperança, a retardar a constituição da família e criarem problemas de natalidade frustrando tanto jovens de viverem a alegria de terem também filhos.

Ao analisar cuidadosamente o dia a dia dos nossos governantes estou a chegar a uma conclusão fácil de enunciar: os nossos governantes não dormem o suficiente, não descansam. Convivem com séquitos também mal dormidos e depois produzem leis que conduzem à infelicidade. E se começassem por descansar o suficiente, estabelecer para si e suas comitivas horários de trabalho humanos, reservar umas horas por dia para o lazer, para, então, com o espírito esclarecido analisarem os problemas do País e legislarem de maneira racional tendo o Homem como centro de um País mais feliz.

É urgente que os nossos Governantes organizem os seus Serviços preenchendo todas as vagas, que determinem horários correctos não suportados em horas extras, que sejam oficializados vencimentos mais adequados aos tempos em que vivemos e talvez então o desemprego desça para números verdadeiros, que o poder de compra leve os nossos jovens a constituir família inscrevendo o nosso País nos rácios de natalidade exemplar.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 28.11.2018

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