terça-feira, 11 de dezembro de 2018

GREVES

  Estas conversas acerca das greves estão muito boas, mas esquecem que o provérbio é antigo e certo:

  "Quem semeia ventos, colhe tempestades"

E mais não digo!

Boas festas para todos, grevistas e não grevistas!

3 comentários:

  1. Quer esclarecer sobre quem é o ovo e quem é a galinha? É que uma greve implica sempre, pelo menos, duas partes. E, neste caso, quem é que acha que semeia os ventos? O rio ou as margens? Quem quer subir ou quem não o deixa subir?

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    1. Caro José Rodrigues,
      Quando se quer governar, deve-se estar preparado para tal e não ficar toldado de pensamento com os feitos que, aparentemente, se obtêm. Principalmente ter cuidado (muito) com o que se diz. Uma coisa é eu dizer ou o José, outra bem diferente é ser dito por um primeiro ministro!
      Certamente, o nosso primeiro ministro cometeu um grave erro ao considerar que tinhamos virado a página da austeridade e pintar o país cor de rosa (não é uma piada...). Se estamos bem, então vamos dividir o bem por todos...não??? Como diz o outro: Pôs-se a jeito.
      E isto é só o começo, ou me engano muito ou dias de grande tempestade se aproximam...os dias difíceis de 2010 a 2015 vão ser uma brincadeira comparado com o que aí vem...
      Abraço

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    2. Apreciei e agradeço a sua resposta ao meu comentário. Como com toda a certeza entendeu, a razão das minhas perguntas tem a ver com o entendimento, que muitos gostariam de “normalizar”, de que as greves são sempre culpa de um dos lados da discussão. Ora se é a favor ora se é contra, dando-se de barato que a razão dos outros não existe. Eu não penso assim.
      A minha capacidade de entendimento sente-se ferida quando, em momentos como os que atravessamos, em pleno surto grevista (concertado? Talvez), aparecem as acusações de quem se sente prejudicado pelas greves (pessoal ou institucionalmente…) a atirar quase sempre a responsabilidade da tranquilidade social para os sectores subordinados, os que fazem a greve, e não para os que por ela são confrontados. Começa a generalizar-se o discurso: são os ministros das Finanças europeus, pela voz de Mário Centeno (que é o seu representante, ou do Eurogrupo, o que vai dar ao mesmo…), a pedir paciência. A quem? Aos de “baixo”, está claro. Nunca aos de “cima”, os tais que, como sobejamente se sabe, aumentam rendimentos e lucros em todas as fases das economias nacionais, sejam de expansão, sejam de contracção. É, os lucros e as remunerações dos CEO’s aumentam sempre, desmesuradamente. Alguém se lembra de ver alguma “autoridade” a pedir-lhes paciência, comedimento na sofreguidão durante algum tempo, até que os resultados positivos das políticas encetadas lhes dêem a folga para se empanturrarem? Se alguém tem de dar o braço a torcer - e tem! - por que razão hão-de ser sempre os trabalhadores?
      Dizem os “bem-pensantes”: então os trabalhadores não podiam pedir, sugerir, implorar, a melhoria da sua situação? Como bem sabemos, isso nunca funciona. Qual é a alternativa? Exigir. Custa? Pois custa, mas não há volta a dar.
      Quanto ao António Costa, que refere, bem como aos naturais capitalizadores - pouco me importa se de esquerda ou de direita, que também os há -, a manipulação dos efeitos das greves não passa de aproveitamento político e respectivas propagandas partidárias. Julgo-a noutras instâncias.
      Deixe-me referir que, ontem, no JN, li: “[os enfermeiros] desiludidos por ainda não terem sido ouvidos pelo Governo…” e ainda “... a posição do Governo de não negociar com os sindicatos de enfermeiros que decretaram a greve…”. Que é isto? Mudez/surdez selectiva ou autismo utilitário?
      Aproveitando as suas palavras: creio que a nossa economia melhorou muito após as diatribes da direita radical e obtusa que nos governou antes deste Governo, mas… “dividiu-se o bem por todos”?. Clarissimamente, NÃO. Os CEO’s e as grandes empresas que nos expliquem para onde foram os benefícios dos progressos alcançados.
      Desculpe-me, Jorge Gameiro, a extensão deste desabafo. Mas gostei de o meter neste diálogo (aberto) que me proporcionou.

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